25 de fevereiro de 2008

Futebol: O Império da Mediocridade - Dimitri Kozma

Se futebol fosse somente a maior perda de tempo da história talvez eu não estivesse escrevendo este texto. Ele é muito mais que isso. É a constatação do vazio existencial que paira pelo mundo e faz suas vítimas tentarem preencher suas mentes com algo que é mais vazio e oco do que o próprio vazio. Pobreza de espírito.

Não obstante tamanha inutilidade, o “esporte bretão” ainda causa um efeito grotesco e muito saboreado nos tempos modernos: o famoso efeito “chegar ao clímax utilizando a genitália alheia” ou como é popularmente conhecido: “gozar com o pau dos outros”, onde o impotente que assiste a aquela excrescência se projeta num ser provavelmente mais ignorante que ele, e que foi escolhido pelas “mãos de deus” para representar a parcela da população que foi excluída. Mas este indivíduo, por incrível que pareça, é ouvido, mas obviamente não tem nada a dizer. Mais vazio.

É quase que uma redenção: “Pegamos alguns miseráveis, enchemos eles de riquezas e calamos a boca da população mostrando que todos têm oportunidades iguais. É só querer e ter força de vontade.” Quer estratégia melhor para criar gado? É quase um “boi de piranha” às avessas.

Mas isso é só uma parte do processo. O principal é realmente o show business... Criar a necessidade pelo inútil para fazer mais fortuna.

Assistir a um grupo de pessoas fazerem exercícios físicos num evento em que existem apenas três possibilidades: ganhar, perder ou empatar. Perdem centenas de horas da vida assistindo algo que vai levar apenas a três conclusões óbvias. Sempre o óbvio, o bobo. Não há mais variáveis, tons de cinza, apenas o óbvio. É mais fácil assim, não é preciso pensar. Vamos preencher o vazio com mais vazio.

Poderia também discorrer sobre minha absoluta incapacidade de entender o porquê de um indivíduo, aparentemente em plena saúde mental, decidir torcer pelo time “A” e se sentir como parte daquele time, “o MEU time”. Ledo engano, cara pálida! Ele não é SEU! Você é simplesmente uma peça na engrenagem que movimenta essa ridícula histeria imbecil e sem propósito.

Uma pergunta que gostaria muito de saber a resposta: O que VOCÊ ganha se “SEU” time ganhar? Quando fiz esta pergunta a alguns destes pobres seres, a única resposta que proferem é algo como: “Ganho alegria”. Puxa... É uma forma tão triste de ganhar alegria...

Outro dia vi um trecho de um desses programas em que alguns acéfalos discutem sobre futebol e suas idiossincrasias... Senti um enorme constrangimento alheio quando ouvi um dos idosos senis ponderando, com a máxima seriedade, sobre a virilha do jogador Fulano por mais de 10 minutos. 10 MINUTOS FALANDO SOBRE UMA VIRILHA!!!! A FAMOSA VIRILHA EM REDE NACIONAL!!!!

Fico triste em ver tantas oportunidades sendo perdidas, tanto tempo valioso que poderia ser aproveitado com coisas realmente interessantes (nem entro no mérito da importância para a humanidade ou cultura para as massas, pois estou falando de entretenimento simples e puro). Porque perder tanto tempo com isso? Porque gerar tanta discussão sobre um assunto tão idiota?

Infelizmente isto não é privilégio só do Brasil. Assistir a entediante prática de uma pessoa se exercitar é um costume mundial e nada vai mudar isso... Só queria entender qual é o objetivo dessa atitude. O que se leva disso tudo? Onde está a diversão?

Mas isso tudo que escrevi acima não importa. Desculpem-me quem leu até aqui tamanha ofensa. O que importa é saber se o “Curíntia” ganhou ou se empatou com o “Parmera”.

Dimitri Kozma – 25/02/2008

4 comentários:

  1. É realmente muito difícil de entender! Tenho tido o dissabor diário de ouvir de pessoas que discutem entre si como torcedores de times diferentes: "te cuida que vou ganhar de você". Exatamente, eles se referem ao time na primeira pessoa do singular "eu". É ótimo ler aqui uma descrição honesta e exata disso tudo. Surtar desse modo que esses fanáticos fazem, é uma das coisas em que prefiro ser lerdo.

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  2. É muito bom saber que existem mais pessoas que compartilham desses pensamentos.
    Na verdade, acredito que deva existir um enorme grupo que pode fazer parte deste "coro dos descontentes", mas tem receio em assumir.
    abs

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  3. Acredito que qualquer exercício é válido, tanto o do corpo quanto o da mente. Por isso não tenho nada contra quem "joga" futebol, talvez seja até divertido.

    Mas assistir a uma partida, de qualquer esporte, realmente não exercita nem uma coisa nem outra!

    Seu texto fez a coisa parecer mais inútil do que já é...

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