14 de março de 2008

Desafio da gordura

Muito Bacana este texto. É de autoria desconhecida (quem souber, informe por favor!)

"Tenho dois grandes problemas em relação a meu peso: dificuldade de emagrecer e facilidade de engordar.
Em algum lugar do meu DNA implantaram um gene de urso polar e meu organismo sempre tem a sensação de que eu vou hibernar durante seis meses e assim, resolve
guardar tudo o que como pra sobreviver ao inverno. O problema é que a vida do urso polar é só inverno.
Sem contar que eu devo ter um sério distúrbio oftalmológico, ligado ao acúmulo de gordura, porque basta eu olhar para uma lasagna que minha bunda aumenta. Pelo menos a recíproca não é verdadeira, quando eu me sento, felizmente, não fico cega.
Claro, ao longo da vida já engordei, emagreci, engordei, emagreci, como qualquer sanfona histérica. Nada de tão grave que me impedisse de virar a roleta no metrô com
uma pequena ajuda ou que me fizesse entalar na roda-gigante.
Inclusive, em duas ocasiões em que eu havia engordado muito, tive uma grande melhora depois que tiraram as crianças de dentro. O caso é que nesse engorda-emagrece engorda-emagrece, eu parei por último no engorda.
O problema é que passar a vida inteira preocupada com o peso, é um porre (DISCORDO, de acordo com o dicionário Aurélio: porre é qdo vc bebe demais que dá ressaca no dia seguinte!!!). E a pior parte é ouvir as mesmas soluções e receitas de dieta que você não vai fazer, como 'comer muita fruta, muita verdura, cortar massas e suspender o açúcar'.
Ah, então tá. Vamos cortar as massas. Pega a tesoura, por favor, que eu vou picotar o espaguete e já volto.
O açúcar eu vou guardar em cima do armário prá ficar suspenso. As frutas eu vou comer, todas, como um bom abacatesão e uma jaca gay. E, claro, vou recorrer à piada mais velha do mundo e dizer que toda mulher adora ver dura.
Vamos deixar de ser hipócritas, o mundo ocidental, capitalista, foi projetado para produzir gente gorda.
Você vai na lanchonete e tudo é gorduroso, calórico e cheio de açúcar. Pra disfarçar eles vendem uma daquelas saladinhas transgênicas cuja embalagem é mais saudável que o conteúdo. Em qualquer lugar do planeta, na padaria, no posto de gasolina, na banca de revistas, você pode comer salgadinhos, bala, chocolate, tudo que engorda.
Ninguém nunca viu um um pacote de cenoura picada, pepino em rodelinha, talos de salsão na boca de caixa da padaria.
Porém, não é só a ingestão da comida que é programada para deixar você obeso e infeliz: todo o marketing da indústria do emagrecimento, foi construída para mentir e levar seu dinheirinho. As modelos que vendem aparelhos de ginástica, fazem lipo, botam silicone e depois vão dizer que foi aquela cadeirinha super-duper-lipo-sculpt, em quatro parcelinhas de xis e noventa e nove, que fez com que ela ficasse com aquele corpinho. O apresentador toma remédio pra emagrecer, faz uma plástica e depois vende diet-sucos pra enganar você.
Quem nasceu magro, seja magro de ruim ou magro de fome, está na vantagem. Vai economizar muito dinheiro, tempo e sanidade mental. Quem tem tendência a sair rolando, sabe como é o momento de enfrentar a balança do banheiro.
Primeiro você tira a roupa, o sapato, a meia, e sobe na balança (eu tiro tb a piranha do cabelo e os oculos de grau mas daí na hora de ver o peso sem os óculos, sempre acho que tou vendo errado - leia-se, a mais do que deveria - então, recoloco os óculos de grau, obviamente desconto umas 300 gramas do peso que estou vendo - afinal os óculos também pesam - e não é que dá o peso que eu tinha visto antes??? Vou trocar a balança! Deve estar errada !). Não acredita naqueles quilos todos. Aí você faz xixi, escova os dentes, corta as unhas, pra se livrar de mais alguns gramas e sobe na balança de novo. Nada. O ponteiro já está rindo da sua cara e não sai do lugar. Você resolve botar mais coisas pra fora.
Chora, corta o cabelo, tira a sobrancelha, depila as pernas, arranca uma obturação. Nada. Dá vontade de pular da janela mas morrer gordo e pelado é o pior vexame
(HHHHHHHHHAAAAAA!)
Melhor ficar vivo com uma roupinha larga. Você volta, se veste e sai do banheiro se sentindo uma pizza de ontem grudada na tampa, um lixo, um nada.
Mas, dizem que enquanto há vida há ex-pelancas e para tudo há uma solução. É só você fazer reeducação alimentar.
Ah, bom! Era isso... falta de educação. Agora sim, vou dividir minhas horas do dia, fragmentar as refeições, ingerir mais proteínas do que carboidratos, trocar o açúcar por adoçante e tudo vai dar certo. Sim, porque no fim, você vai ao spa, faz uma lipo, bota uma prótese. Se não der certo, você grampeia o estômago, costura a boca e amplia o reto! Você vai ver que fácil vai ser, você vai ficar magro, direto!!
O que eu faria com uns 'quilinhos a menos'? Sairia correndo pra dar um soco na cara do imbecil que criou esse comercial! Aproveitando o nome do remédio já faço a rima: vá K-gá (hahahahahahahaha) no matagal!!!
Agora, com licença que eu tenho que sair pra caminhar.
Sabe, fazer exercícios queima calorias... emagrece... ou pelo menos, desengorda! E, claro, vou usar todas aquelas instruções cômicas para regime que rolam pela web, com dados científicos como "bolacha quebrada não conta calorias", "tudo o que você come e ninguém vê, não engorda", "depois da meia noite, a comida perde o efeito"! Se não tem jeito, então, não tem jeito.

A solução é viver satisfeito.

Charge Política - Dimitri Kozma

Esta charge abaixo é totalmente datada. Feita em 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso horrorizou ao Brasil fazendo uma aliança nonsense com Antonio Carlos Magalhães, adversário político e de ideologias completamente diferentes. FHC vendeu sua alma ao diabo em uma encruzilhada.
Hoje, mais de 10 anos depois, nada mais espanta ninguém. Não há mais critério nem ideologia nenhuma. Não há mais caráter. A bandalheira tomou conta do país e se entranhou sem possibilidade de retorno, só há tendência para piorar.
Hoje o que temos? Lula, um presidente débil mental, que só pensa em agir em proveito próprio e de sua corja de bandidos. A escória toma de assalto o planalto. É o reinado do "Déspota Não Esclarecido".
A escrotização está tão banalizada, que ninguém mais questiona, não há mais energia vital para tanto. Ninguém faz mais nada. O povo cansou e vai deixar eles cagarem e andarem no que resta deste país. Só falta puxar a descarga.

Cabeça de Ferro - Vídeo Bizarro

Já assistiram a este vídeo bizarro? Tudo nele é grotesco, até o apoteótico final. Assistam por sua sanidade em risco.
Ah! Correndo o risco de fazer spoiler, aviso que tem um pouco de gore.

Surrealismo - Dimitri Kozma

Surrealismo produzido em 2006. Pessoalmente gosto bastante dessa ilustração.

NOITE MALDITA - Parte 2 - Conto - Dimitri Kozma

(continuação da história postada em 13/03)


O carro dá a volta e eles podem ver um movimento meio estranho na rua, chegam novamente a ladeira que haviam subido, uma aglomeração se forma onde anteriormente estava o motoqueiro com quem Mauro conversou, chegando finalmente ao auge da ladeira, eles vêem um corpo estendido do chão, uma poça de sangue escorria, Mauro diz:
- Parece que mataram uma pessoa...
O carro se aproxima mais um pouco e Edu constata assombrado:
- É o motoqueiro! Mataram o motoqueiro!
Júlio choraminga:
- Meu Deus!
Um frio na espinha congela a alma dos três, o carro não pode mais voltar, terão que passar no meio da aglomeração. Haviam vários moradores ali na rua, muitos deles de pijamas e chinelos, todos se surpreenderam com aquele barulho e saíram para averiguar, foi quando viram o cadáver recém baleado ali jogado ao meio-fio.
Mauro tenta manter a calma e diz aos dois, calmamente e olhando para frente:
- Seguinte... Não podemos voltar, senão eles vão desconfiar, vamos ter que passar lá pelo meio... vocês dois, mantenham a calma, certo? Tentem agir naturalmente...
Os dois concordam apenas com um murmúrio.
O carro passa lentamente, os três olham para frente, congelados de pavor, não podem ver ao certo quantas pessoas estavam ali, mas eram mais de vinte, Mauro diminui mais a velocidade porque a rua está apinhada de gente, antes mesmo que o carro consiga passar pela multidão, um velho careca com um cachecol enrolado no pescoço observa os três, vira-se para os outros e grita:
- Hei! O que esses garotos estão fazendo aqui de carro numa hora dessas?
O suor começa a escorrer pelo rosto de Mauro, sempre quando ficava nervoso começava a suar como um condenado. Outro morador faz sinal para o carro parar, Edu diz, com os olhos arregalados e branco de pavor, sem mexer muito os lábios:
- Meu Deus! Querem que a gente pare, e agora? Já pensou se descobrem que a gente estava usando drogas, já pensou o que o meu pai ia fazer? É melhor... É melhor a gente fugir...
Com o suor jorrando de seus poros, Mauro, enquanto aperta o volante firmemente com as duas mãos, tenta ser otimista:
- Fugir não! Vamos... Vamos parar! Afinal não fizemos nada, não é? E vocês dois mantenham a calma, não devemos nada... Não temos nada a ver com a morte desse cara...
- Eu falei prá gente ir embora, não falei, Mauro? – Diz Júlio, apavorado diante da situação.
Mauro finaliza a conversa:
- Cala a boca! Vai dar tudo certo.
O carro estaciona do lado oposto ao do cadáver estirado no chão, imediatamente um dos moradores, um homem de meia idade com óculos espessos e barba por fazer, abre furiosamente a porta do lado de Mauro, que estava destrancada e já vai inquirindo:
- O que vocês fazem aqui uma horas dessas?
Júlio começa a tremer como vara verde, não consegue se conter diante de uma pressão tão intensa, mas esconde o rosto atrás do banco da frente, tentando disfarçar a neurose. Edu não consegue esboçar nenhuma reação, apenas olha para frente, com o pescoço duro de tensão, as mãos apoiadas nas coxas, apertando firmemente.
Mauro, ainda apertando o volante, olha o rosto furioso do homem e vê que não tem outra opção a não ser sair do carro, meio nervosamente ele se levanta, lentamente, a transpiração não cessa, a camisa está encharcada, passa a mão na testa tentando limpar o líquido que vertia de seus poros e responde relutante:
- A gente... A gente se perdeu... V-viemos visitar um amigo e nos perdemos...
Outro velho morador que ouvia tudo um pouco afastado se aproxima:
- Visitar amigo, heim? Não tá meio estranha essa história não?
Mauro responde enquanto esfrega as costas da mão na testa:
- É sério! Amigo de infância... Ele se mudou faz... um tempo...
- E qual é o nome dele? – Pergunta o velho, cada vez mais ressabiado.
- O nome dele? O nome dele é... é... M-Mauro... – Mente descaradamente, não imaginava outra solução, não podia falar a verdade, não poderia dizer que estavam perambulando por ali em busca de drogas. Seria quase que confessar um crime. Mas é relutante e deixa transparecer no seu semblante que estava mentindo, Mauro nunca foi um bom mentiroso, desde os tempos de criança sempre foi pego quando não dizia a verdade.
O velho barrigudo, trajando um pijama amarelo ovo com manchas de gordura, chinelos rasgados, cabelos despenteados alvoroçados ao vento e exalando um forte cheio de pomada olha lentamente Mauro de cima a baixo e pergunta:
- Mas onde ele mora? Qual rua?
Mauro se apavora:
- Rua? Não sei... – Abaixa os olhos por alguns segundos e então enfia a cabeça para dentro do carro e pergunta: “Edu, qual é a rua que nosso amigo Mauro mora? Você lembra?”. Olha-o por alguns segundos enquanto lança um olhar cúmplice para o amigo.
- Eu... perdi o endereço... – Responde Edu, apavorado segurando as lágrimas. Júlio apenas olha, a respiração não passa livremente por sua traquéia, que está fechada de nervoso.
Com um olhar de dúvida, o velho ainda pensa por alguns segundos e diz:
- Muito estranho isso, né? Os dois, saiam do carro também... Rápido! – Aumenta a entonação a medida que fala.
Prontamente atendido, os dois irmãos sentem um frio no estômago. Quando Júlio sai, constata-se se suas calças estão todas urinadas, um forte cheio invade o olfato de todos. Suas pernas tremem involuntariamente. Coloca as mãos na frente, tentando disfarçar, mas com este ato apenas consegue chamar mais atenção.
O velho diz:
- Sabe... acabaram de matar o filho de nosso amigo Teotônio, Ele estava arrumando a moto para trabalhar amanhã e mataram ele... Covardemente... Mataram a troco de nada, nem roubado foi... Apenas por diversão... Mataram por diversão...
Os garotos apenas escutavam calados, olhando para o infinito, não conseguindo focar a atenção em nada, o velho continuava:
- É curioso isso, né? Matar por diversão... Tem gente que se diverte com cada coisa... Será que... – Olha cada um dos garotos nos olhos e diz: “Será que... Vocês não estão escondendo alguma coisa?”
Mauro toma a palavra e diz afobado:
- Eu juro, senhor, não estamos escondendo nada, estamos perdidos, só isso...
- Vamos ver isso... Hei, Carlos, dá uma revistada no carro desses moleques.
Eles estão virados em direção ao corpo, e não podem ver o carro sendo revistado atrás deles, Edu pensa desesperado: “Vão encontrar a maconha, estamos fudidos.” O velho continua olhando atentamente para o rosto dos três e continua a falar em um tom quase que de monólogo:
- Sabe... A gente mora num bairro meio afastado da cidade, nenhum prefeito se preocupa com a gente... temos uma certa dificuldade em conseguir policiais prá patrulharem nossas ruas... e a violência tá cada vez maior. Sabe o que fazemos?
Os garotos apenas olham, apavorados. Júlio não consegue mais se conter e começa a choramingar, seu nariz começa e escorrer e ele suga de volta o catarro que teima em sair. Edu e Mauro olham-se discretamente tentando estabelecer uma comunicação.
- Nós mesmos fazemos as leis por aqui. – Conclui o velho.
Essas palavras perfuram como facas as almas dos garotos. Os olhos vermelhos e assustados se arregalam e quase saltam de suas órbitas, uma gastura invade o estômago de Mauro, Edu sente uma corrente gelada percorrer sua espinha e as lágrimas escorrem livremente pelo rosto de Júlio.
Antes que alguém mais pudesse dizer alguma coisa, uma voz grave vem de dentro do carro:
- Olha só o que achei aqui...
Os garotos viram o olhar para trás e lá estava ele, segurando uma arma na mão, era ele: o negro cocho que haviam cruzado momentos antes de falarem com o motoqueiro.
- Olha só pessoal, estavam carregando essa arma, ainda está quente, é a arma do crime!
Ouve-se um uníssono alarido que vai se intensificando, Mauro não se contém e grita histérico:
- Mentira! Foi ele, foi ele que matou o motoqueiro! Foi ele!
Tenta avançar descontroladamente em direção ao homem, mas imediatamente dois fortes homens o seguram pelos braços, ele se debate, tentando se soltar, mas percebe que é em vão, jamais conseguiria, o cocho continua:
- Também achei isso! – Mostra um reluzente pacote de cocaína, todos se espantam.
Edu apenas fica ali, parado, sem nenhuma reação, Júlio se desmancha em lágrimas e agora não tenta mais esconder seu desespero latente. Mauro, ainda preso pelos braços, grita ferozmente:
- Por favor, nós não sabemos de quem é isso, não sabemos de quem é! Nós queríamos comprar pó, mas não achamos, por favor, isso é um engano! Ele tá querendo nos incriminar!
Ao mesmo tempo Júlio também grita, enquanto chora:
- Por favor, a gente não fez nada!
O velho de pijamas diz:
- E porque Carlos iria querer incriminar vocês, o que ele ganharia com isso? Ora! Já não dá mais prá mentir, falem a verdade, vai ser melhor prá vocês.
Tentando de todas as formas convencê-los de que aquilo tudo não passava de uma armação, Mauro ainda consegue dizer:
- Mas essa é a verdade...
Antes que ele possa continuar, um homem barbado, calçando botas pesadas de couro, desfere um forte chute em seu estômago, que o faz despencar no chão. Permanece ali, deitado, se contorcendo de dor. Edu abaixa-se para tentar acudi-lo, grita:
- Mauro! Mauro! Você tá...
Não conclui a frase quando é surpreendido por uma paulada na nuca, cai de cara no chão de terra, seu rosto fica em carne viva, ainda tenta se levantar, mas outra paulada o leva ao chão novamente.
Júlio grita até sua voz se esvair completamente, ajoelha-se perante o irmão desacordado e o abraça, as lágrimas parecem não ter fim, não diz nada, apenas grita, exaurindo-se em prantos.
Um chute nas costas o joga para alguns metros na frente, levanta-se e tenta correr, gritando desesperado, chamando a polícia, mas um dos moradores o segura pela camisa, ele não tem escolha e resolve se defender, mas agora já é tarde, cinco pessoas se aglomeram em torno dele e o jogam junto a Mauro e Edu, Mauro ainda se contorce de dor no estômago, mas tenta se levantar, em vão, desequilibra-se e cai encima de Edu, que permanece desacordado. Mais uma vez tenta se levantar, mas uma paulada no rosto frustra seus planos, o sangue escorre do nariz, misturando-se com o suor, que não cessa mais. Ainda grita:
- Não! Não fizemos nada! Não! Por favor!
Mas seus gritos são abafados pela multidão aos berros pedindo o linchamento dos rapazes. Júlio já não tem forças para reagir, seu corpo é surrado sem piedade. Uma velha, que assistia a tudo pela janela com um prazer indescritível, berra:
- Mata! Mata! Assassinos!
No momento seguinte, toda a multidão está pisoteando os três jovens, que estão sofrendo de fortes convulsões e dores terríveis, sem nenhuma chance de reação. Num ritual sádico e sem precedentes, aqueles garotos sofrem como cães. Mauro ainda se mantém acordado, preferindo que estivesse como seus amigos, que já não tinham consciência, ele sofre a tudo aquilo sentindo cada centímetro de dor em seu corpo, que a esta altura já era uma massa de sangue, seu rosto estava desfigurado e as forças para gritar já não existiam.
Uma visão hedionda, indescritível, a torrente humana extravasando seus sentimentos mais doentios naqueles jovens, alguns segundos depois, resolvem capotar o carro, cinco pessoas são suficientes. Enquanto isso, os jovens começam a levar pedradas que abrem feridas terríveis, uma delas atinge a cabeça de Edu, que se esmigalha, os pedaços de cérebro se esparramam pelo chão e seu corpo ainda se contorce. A esta altura, Mauro já não tem mais consciência, está desacordado, um dos moradores puxa seu maxilar com um pedaço de madeira, desprendendo-o da cabeça. Finalmente, após longos minutos de tortura escabrosa, o velho de pijamas ergue os braços e grita:
- Parem! Parem! agora é a vez do pai, o Teotônio!
Surge um opulento velho de barba vasta, corpo descomunal sem camisa, com uma larga bermuda rasgada e carregando um facão na mão, a atenção de todos vai para ele, o olham com dó, afinal acabara de perder o filho querido, um garoto exemplar.
Teotônio olha fixo para os garotos, seus olhos estão vidrados, não pisca, não esboça a menor reação, seu rosto é austero, tem uma aparência truculenta, doentia. O silêncio impera naquele lugar, nenhum dos presentes diz mais nenhuma palavra, não é necessário, o único barulho que se pode ouvir é o dos espasmos involuntários dos jovens estirados no chão. Dirige-se lentamente em direção aos garotos, todos já sabiam o que Teotônio iria fazer, aquilo iria compensar a perda do filho. Observa-os por mais alguns segundos e, um a um, vai desmembrando seus corpos. Com estocadas secas e precisas de um açougueiro, os pedaços são uniformes, aqueles nacos de carne esparramados pela rua causam um deleite coletivo. O sangue jorra como uma fonte e se mistura com a terra pisada.
Ao fundo Carlos, o negro cocho, apenas observa tudo, feliz, tira um pacotinho do bolso, coloca um pouco na palma da mão e discretamente aspira aquele pó branco.

¤

FIM

Dimitri Kozma

Patrão e Empregado 12 - O que um patrão nunca pode fazer ou nunca pode deixar de fazer - Dimitri Kozma

O que um patrão nunca pode fazer ou nunca pode deixar de fazer:
... Jamais deixe um empregado sair mais cedo, doença é coisa que todo mundo tem.

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