Mais fotos do happening artístico e do velhinho revoltado. Como sempre, clique para ampliar.
30 de abril de 2008
Nojeira dentro do Suco Dell Vale
Recebi por e-mail, não sei se é verdade mas não custa ficar de olho... Isso é para quem pensa que pagando caro, está tomando um produto natural e saudável.
“A gente acha que não acontece com a gente: olha o que eu achei na caixa do suco Del Valle de soja sabor laranja;
Sexta feira passada dia 03/04/08, minha tias foram tomar o suco (1l) e perceberam que a caixa estava estufada; causou-lhes estranheza, pois não a compraram assim; logo,abriram-na removendo o lacre da tampa; mas ao despejar o suco no copo o mesmo não saía da caixa, então perceberam que alguma coisa estava errada; eu moro no mesmo prédio que elas, sendo assim me chamaram porque sabem que, como nutricionista adoraria ver aquilo!!!; resolvemos então abrir a caixa com uma tesoura; tivemos uma grande surpresa!
Nos deparamos com este "ser" não identificado dentro da caixa (como podem ver nas fotos - parece uma lagartixa ou um couro de cobra em pedaços, muito nojento!); imediatamente fiz contato com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa Del Valle que pediu desculpas e falou que em 3 dias uteis recolheria o produto para verificar o que era; como de praxe ofereceram um suco de reposição, mas falei que independente da substituição gostaria de saber o que era aquilo que comprei??? Hoje é dia 10/04/08 e até o momento nenhuma empresa havia me ligado ou buscado a caixa com o tal "bicho" e a mesma se encontra na minha geladeira há quase 7 dias. Liguei para empresa Del Valle novamente (revoltada é claro!) E falei que divulgaria estas fotos para todo mundo que conheço: pacientes, alunos, amigos, família e peço que todos as divulguem para outras pessoas tbm; isto é um absurdo!!!
Sabem o que a Del Valle justificou por não ter vindo ninguém ainda recolher o suco em minha casa? Falaram que no estoque não havia suco de sabor laranja para fazer a reposição.
Isso é revoltante!!! Não me interessa o sabor e sim qual conduta tomariam em relação ao controle de qualidade da empresa; atualmente temos umas 6 caixas de outros sucos na geladeira mas não dá para tomar pois toda hora vc lemra que encontrou um "bicho" nojento em outra caixa; e aí me pergunto: Como é o sistema de envase dessas empresas, condições de higiene, fiscalização etc? Confesso que já havia recebido um email de uma lagarta enorme na caixa do suco mais, mas agora que aconteceu comigo não dá vontade alguma de tomar esses sucos de caixa; como nutricionista continuarei a insistir que o natural é a melhor opção pois além de manter maior valor nutritivo não corro mais o risco de me deparar com algo de estranhíssima natureza!.
Repassem o email a quem conhecem e sugiro aos consumidores de sucos de caixinha a ficarem atentos ao tomar este produto .
O lote do suco que comprei que veio com o "bicho" é: l5 k2 19:53h
(validade:23 jun 08).”
Seções: Bizarro, Notícias, variedades
HORROR CAPIAU no FizTV
Está no ar, no FizTV nosso curta trash HORROR CAPIAU. Para passar na programação da TV, ele precisa ser bem votado. Portanto, gostaria de pedir para vocês votarem na gente e indicarem o filme para que seus conhecidos também votem.
Como muitos já devem saber, para votar é simples, vou listar aqui o passo a passo:
Na janela onde o vídeo está rodando, passe o mouse por cima do filme e a pergunta "ESTE VÍDEO DEVE IR PARA A TV?" irá aparecer. Clique em "SIM". Pronto, você votou.
É só entrar no site pelo endereço abaixo:
http://fiztv.abril.com.br/tv/?areaAtualId=2&videoId=9146
Assistir ao vídeo e votar para que passe na TV.
Pode votar quantas vezes quiser, é só fechar o navegador e abrir de novo o site. Divulgue para seus amigos (ou inimigos, se preferir) para que votem.
Nossos outros vídeos disponíveis no site também podem ser votados, aqui vão seus links diretos:
"DEScomendo - Video Arte"
http://fiztv.abril.com.br/tv/?areaAtualId=2&videoId=7799
"Depois da Meia Noite..."
http://fiztv.abril.com.br/tv/?areaAtualId=2&videoId=6947
"O Gaúcho e o Entregador de Pizza"
http://fiztv.abril.com.br/tv/?areaAtualId=2&videoId=3042
"Prazer Macabro"
http://fiztv.abril.com.br/tv/?areaAtualId=2&videoId=3113
"Cineticidade - Video Arte"
http://fiztv.abril.com.br/tv/?areaAtualId=2&videoId=3118
Mais uma vez, contamos com seu apoio! Obrigado pela força! ;)
Seções: Arte, curta, Dicas e Links, Dimitri Kozma, Notícias, Surreal, textos, variedades, video
Virada Cultural - Fotos 2
Mais algumas fotos da performance tribal durante a Virada Cultural de São Paulo. Achei um ótimo ambiente para tirar fotografias interessantes. Tem muito mais por vir.
Seções: Arte, comportamento, Curiosidades, Dimitri Kozma, Fotografia, Notícias, variedades
DESCARTÁVEIS - Poesia de Dimitri Kozma
Pessoas descartáveis
Abjetas cabeças
Eliminadas como ratos
Sodomizadas sobre os pratos
Carne fresca á mesa de jantar
Deliciando os solidários em busca de ar
Sopro de arrego
Sabidamente sem apego
Pode sofrer sem limitações
Pessoas descartáveis
Procuram as salvações
Nos salmos e rezas
Perdões em busca de dor
Sôfrego pesar
Na relva úmida
Baba espessa
Decaptados ambulando pelo meio-fio
Dor de alma
Dinastia partida
Dádiva cumprida
Passado sem passar
Música fere o ouvido
Gemidos servidos no chá das cinco
Jogaram na lata do lixo
Mais uma pessoa descartável
A coleta não veio
E ela ficou apodrecendo ali na porta
(Por toda a eternidade!)
Derramanento involuntário de porra
PORRA!
Plantação de produtos descartáveis
Quanto mais porra melhor
Para gerar adubo
Para gerar quem se alimenta de adubo
Pessoas descartáveis
Coleção na estante
no chopingue center
no fésti fudi
Festa de fudidos
Sobras e rebarbas
Descartáveis dejetos
Sopro de esgoto
Flores dos córregos
Comemoram o nada
Samba, futebol e puta
Soma da receita trancedental
Jaula da bicharada
Gardenal!
Uma salva de palmas
Ás pessoas descartáveis!
01/07/2002
Seções: crônicas, Dimitri Kozma, Poesia, Surreal, textos
29 de abril de 2008
Virada Cultural - O velhinho pego de surpresa pela performance...
Bom, seguindo a cobertura da Virada Cultural por um lado mais inusitado (porque comentar show todo mundo faz...) publico uma série de fotos em que alguns atores semi-nus faziam performances ao som de uma música tribal em frente ao Teatro Municipal.
O mais interessante é que os populares que ali estavam foram pegos de surpresa, o que resultou em algumas cenas engraçadas.
Na primeira sequência, um velinho, que estava tranquilamente sentado no canto do teatro ouvindo um surrado radinho de pilhas, é surpreendido por uma "turba" que parte para cima dele, em direção à janela do teatro. O inusitado foi ver ele sair bradando palavras enfurecidas. Acompanhe a sequência abaixo.
Seções: comportamento, crônicas, Curiosidades, Dimitri Kozma, Fotografia, humor, Notícias, variedades
RioFan - Programação e Abertura
O site do Festival RioFan já está com a programação completa. Você pode ver as datas e locais de exibição do meu curta Entre Espelhos e Sombras, além dos outros curtas apresentados na programação 1, clicando aqui.
Ele será exibido na mostra UNDERGROUND BRASIL
Caixa Cultural 2: Terça, 6/5, 20h
Caixa Cultural 1: Sexta, 9/5, 14h
Veja o trailer:
A abertura do RioFan acontecerá no Cine Odeon, dia 30 de abril, às 21 horas. Será exibido o novo filme de George Romero, O Diário dos Mortos, ainda inédito no Brasil. Veja o trailer abaixo:
Para quem estiver no Rio, realmente vale a pena!
Seções: Cinema, Dicas e Links, Dimitri Kozma, Notícias
Ivan, O Terrível e a dentadura - Virada Cultural
Começando uma série de posts sobre a Virada Cultural de SP, que aconteceu neste final de semana, publico um vídeo que gravei (a qualidade está ruim porque gravei na máquina fotográfica) com o novo fenômeno do Brasil: Ivan, O Terrível! Não vou comentar muito sobre essa bizarrice. Assistam e comentem!
Seções: Bizarro, comportamento, Dimitri Kozma, humor, Notícias, variedades, video
Experimento Surrealista # 2 - Dimitri Kozma
Mais um experimento surrealista nos moldes do que foi publicado no dia 25/04. Pego uma imagem de automatismo psíquico e recrio com meu traço. Como sempre, clique para ampliar.
Seções: Arte, Dimitri Kozma, Fabi Ferlin, Ilustração, Surreal
28 de abril de 2008
Virada Cultural - Teaser da Matéria
Fomos ontem à Virada Cultural de São Paulo. A minha idéia é postar aqui uma matéria inusitada sobre as bizarrices do evento, que foi quase um show a parte além dos shows propriamente ditos.
Só mais um tempinho para organizar as fotos, selecionar as mais estranhas, subir os vídeos, etc, e colocaremos a matéria aqui. Ainda esta semana.
Como diria Silvio Santos: Aguardemmmmmmm!
Seções: Notícias
PAZ COMO? - Poesia de Dimitri Kozma
Compre uma camiseta
Solte uma pomba branca
Pinte a bandeira no rosto
Marche com uma multidão
De mãos dadas, cante uma canção
Com este gesto, você trará de volta
A paz ao mundo!
Não existirá mais o mal.
Nem a fome.
Nem a banditagem
Nem a crueldade
Nem o sadismo
Nem a miséria
Nem a dor
Nem o Sofrimento
Parabéns! Você trouxe a paz!
Basta comprar uma camiseta e marchar!
18/06/2002
Seções: Dimitri Kozma, Poesia, Surreal, textos
25 de abril de 2008
O que você que ser? - Por Leo Aguilar
Já parou para pensar que existem momentos em nossas vidas que nos vemos em uma encruzilhada. Com medo, confusos e sem um mapa?
As escolhas que fazemos nesses momentos podem definir o resto de nossas vidas.
Claro que quando se está de frente com o desconhecido, a maioria de nós prefere dar meia-volta e retornar.
Mas às vezes as pessoas pressionam por algo melhor. Algo além da dor de continuar sozinho.
E além da bravura e coragem, o que leva a aproximar de alguém? Ou de dar uma segunda chance?
Acho que é algo além da quieta persistência de um sonho. Por que você só descobre quem realmente é, quando é testado. E você só descobre quem você pode ser quando é testado.
Pois a pessoa que você quer ser existe. No lado oposto da fé, da crença e trabalho pesado.
Então seja o que você quiser...
Seções: crônicas
Experimento Surrealista # 1 - Dimitri Kozma
Este é um experimento que trabalha com a releitura da arte. Primeiro, a pessoa desenha o que vier a cabeça, qualquer coisa, em forma de automatismo psíquico.
Sobre este resultado, recrio sua ilustração com meu traço e estilo. O resultado é uma obra híbrida, produzida por dois autores. Na ilustração abaixo, recrio os traços de Fabi Ferlin.
Seções: Arte, Dimitri Kozma, Fabi Ferlin, Ilustração, Surreal
OLHOS VERMELHOS (Ode á São Paulo) - Poesia de Dimitri Kozma
Cidade Fede
Cheiro podre
Pode tudo
Fode mudo
Pulmão ardente
acostuma
Postura doente
ESTRUME
CIDADE ÁCIDA
ANSIEDADE
Pústula fétida
Mete fundo
AR Sem Ar
Senhor
DOR CONTÍNUA
Abjeto desejo
Fumegante Lampejo
Arde
Corpo FEDE
PEDE VIDA
Nada Pode
TUDO Fode
Nome santo
falso acalanto
Não há encanto
só tens pranto
Salto no abismo
de vida vazia
Rim lateja
alma perece
DÓ
Vira pó
CIDADE PODRE
PODE MORRER!
LEVAR CONSIGO
SEU NAUSEABUNDO ABRIGO
22/05/2002
Seções: Dimitri Kozma, Poesia, Surreal, textos
24 de abril de 2008
Japão + Sexo = bizarrice
Geralmente a fórmula Japão + Sexo = bizarrice. Isso é um fato. Acredito que por ser uma cultura que prime pela interiorização dos sentimentos, quando podem, eles realmente chutam o "hachi da barraca". Vamos a uma seleção de vídeos estranhos...
Aulas de educação sexual no japão. Ninguém acusa esses dementes de pedofilia...
Esse mostra as bonecas sexuais realistas:
Evento em que as mulheres são jogadas por cima, usando mini-saia, imaginem para que...
Mulher usando máquina de sexo numa loja:
Cabeça para prática de sexo oral:
Camisinha Super Rápida:
Para encerrar, mais algumas bizarrices que não dá nem para descrever (nem entender):
Seções: Bizarro, Japão, sacanagem, variedades, video
RIOFAN 2008
Finalmente saiu a programação completa do RIOFAN 2008, festival de cinema fantástico do Rio de Janeiro que acontece de 30 de abril até 11 de maio, onde meu curta "Entre Espelhos e Sombras" será exibido na mostra Underground Brasil.
Confira o site. As datas ainda não estão listadas, mas já é possível conhecer todos os filmes participantes.
Seções: Cinema, Dicas e Links, Dimitri Kozma, Notícias
O PREÇO DA DÚVIDA - Parte Final - Conto de Dimitri Kozma
No dia seguinte, nem ao menos fala com sua família e já vai á praia. É relativamente perto de casa, uns dois quilômetros aproximadamente. Queria ver as garotas, espairecer um pouco tentando esquecer daquela noite de terror. Prefere ficar sentado na areia ao entrar no mar, nunca aprendera a nadar, apesar das fortes insistências da família para que aprendesse. Quando senta-se naquela areia fofa, escaldante, percebe que as mulheres nunca o interessaram tanto. Realmente elas poderiam não fazer tanta diferença assim em sua vida. Já teve dezenas de namoradas mas nunca as levou a sério. Para ele, as mulheres serviam apenas como um objeto sexual, algo que pudesse sugar e jogar fora. As conversas que tinha com as mulheres eram desagradáveis, desinteressantes. Diferente daquelas conversas com os amigos que varavam até o amanhecer.
Percebe que dois rapazes de sunga passam correndo em sua frente, seus olhos passeiam pelos músculos em movimento, uma comparação inevitável. Ele analisa os volumes que os membros flácidos exercem naquele pequeno pedaço de pano. Compara com o seu. Observa o rosto dos dois rapazes e se imagina sendo sodomizado por eles. Suas divagações são interrompidas por um terror abrupto. “Será que sempre pensei assim?”, Desvia o olhar para a areia, tentando esconder-se de si mesmo.
As peças pareciam se ligar, com num quebra-cabeças. Os fatos interligados pareciam fazer realmente um sentido. Baltazar não se sentia assim, mas agora já não tinha tanta certeza. Agora parecia que uma dúvida insana apavorava sua existência. Ele não queria que fosse assim. Mas está percebendo que tudo parece se encaixar e fazer sentido.
Um fio de suor começa a escorrer por sua face. Sem saber qual rumo dará a sua vida, Baltazar simplesmente deita-se na areia e permanece por toda manhã. O corpo parece não obedecer mais a mente, parece que exerce uma estranha força que o compele a fazer aquilo que não quer.
Suas crenças de anos parecem que foram-se por água abaixo. Toda uma vida construída sobre um forte alicerce parecia que iria se ruir. Mas não era essa sua vontade. Tinha vontade de possuir mulheres, sempre teve. Mas agora parece que Osmar ativou alguma engrenagem oculta em sua mente. Parecia que a cortina foi aberta e finalmente foi revelado quem seria Baltazar.
¤
Naquela tarde, quando seus dois irmãos chegavam do trabalho Baltazar estava sentado no sofá assistindo televisão. Os dois cumprimentam o irmão e jogam as camisas para longe. Baltazar sente um arrepio quando vê aqueles corpos peludos e suados em sua frente. Tenta se conter e volta o olhar para a televisão. Terror é o sentimento que perpetua em sua atribulada mente. Mas não consegue parar de imaginar aqueles dois homenzarrões sobre ele. Não sabe o porquê disso, mas essa imagem não lhe sai da cabeça.
Aos poucos começa a ficar claro, um leve sopro de memória é o estopim para fazê-lo se recordar. Dez anos de idade, Baltazar fazia calmamente sua lição debruçado sobre a cama. Seus pais haviam saído, na casa estavam apenas os três irmãos. Chovia muito naquela tarde e as luzes estavam apagadas. Um voz lhe chama atenção: “Baltazar... Tira a calça...”. Ao se virar, percebe que seus dois irmãos mais velhos estão ali. Com os membros em riste apontados para ele. As luzes apagadas não deixavam-no perceber, mas podia sentir toda a violência e o frenesi daquele momento. Currado por seus dois irmãos. O sangue escorria por suas pernas enquanto os dois, refastelados, dormiam. Baltazar chorava, num misto de gozo e ódio.
Estava claro agora. Claríssimo. Como ele poderia ter esquecido desse fato? Em sua memória, sua infância carregava poucas recordações. Não havia nenhum fato marcante que o abalasse suficientemente para se lembrar e agora parecia que ressurgia a angústia adormecida em seu ser. O passado vem a tona de uma maneira inusitada. Baltazar estava começando a se lembrar disso de uma maneira fraternal, carinhosa. Aquele momento traumatizante parecia aflorar agora como um momento doce.
Nunca ninguém tocou no assunto. Parece que foi um pacto entre a família. Ninguém mais tocaria no assunto e morreria aí. Infelizmente a memória tem suas traições e não foi possível se lembrar disso até o presente momento. Baltazar parecia morrer aos poucos. Sua vida ficava mais conturbada do que já era com a falta de dinheiro.
A televisão parecia não fazer barulho. Apenas ouvia a voz de sua alma. Olhava fixamente para a tela daquele televisor repleto de chuviscos e divagava cada vez mais longe.
Lembra-se então de quando seu pai o levara para sua primeira vez. Deveria ter uns treze anos quando chegou naquele prostíbulo de quinta categoria na zona portuária. O lugar fedia urina e perfume barato. Ao entrar naquela sala repleta de prostitutas desdentadas pediu ao pai:
- Por favor... Não quero, pai. Vamos embora daqui.
O velho respondeu:
- Filho meu tem que provar que é macho. Você pode escolher qualquer uma mulher daqui, Baltazar! Qualquer uma!
Ele olhou para aqueles corpos disformes, muitos deles lotados de escoriações e tentou mais uma vez:
- Mas pai... Não quero...
Sente um forte apertão no braço:
- É fresco, é? Pois então eu vou escolher!
Uma mulher pavorosa foi a designada a tirar a virgindade daquele garoto. Entram num quarto fétido iluminado por uma tênue iluminação vermelha e ela começa a se despir. Baltazar permanece imóvel. Ela então deita-se na cama, abre as pernas e diz:
- Vem! Não precisa ter medo! Pode vir...
Baltazar tomou forças e começou a se desnudar. Colocou-se então sobre aquela mulher e então percebeu que seu membro não estava ereto. Mas queria que estivesse, sentia vontade de furar aquela mulher que estava debaixo dele. Depois de algumas tentativas em vão, a prostituta desiste e faz um acordo:
- Escuta, garoto. Fala pro seu pai que conseguiu, eu também vou te ajudar, vou falar que você foi ótimo.
Trato feito, nunca mais precisou dar satisfações ao seu pai.
Mas esta não foi a única vez. Anos depois conseguiu arrumar algumas namoradas. Sempre violento, ao introduzir o membro latejante naquelas moças, Baltazar as imaginava furando-as, imaginava seu membro como uma arma, uma faca, e imaginava aquilo como uma violência contra elas. Depois do ato, ajoelhava no chão e pedia perdão a Deus. Chorava como uma criança ao se lamentar.
A dor da verdade parecia corroer seu ser. Parecia que acabaria com sua vida se não tomasse alguma atitude. Agora estava percebendo. Agora ficava claro em sua mente o que sentia. A dúvida parecia que estava cada vez mais distante e apenas uma certeza Baltazar nutria: Ele era um homossexual.
¤
De noite, toca a campainha da casa de Osmar.
- Balta! Você aqui? Entre.
- Preciso falar com você. – Disse Baltazar, num tom seco.
- Claro! Entre! Entre!
Ao entrarem, Osmar senta-se e diz:
- Sabia que viria, Balta!
Ele permanece de pé, seu olhar é lânguido:
- Eu... Eu percebi... Você tinha razão...
- Sabia que mudaria de idéia. Sabia que perceberia. É difícil mas você se acostuma.
Osmar se levanta e dá um abraço forte em Baltazar. Este corresponde, fecha os olhos e o aperta com toda a ternura que lhe foi destinada. Um arrepio percorre todo seu corpo. As lágrimas vertem por sua face e ele nada diz, apenas o abraça.
Minutos depois, estão entrelaçados na cama. Finalmente Baltazar havia se entregue as suas verdadeiras vontades. Finalmente havia percebido que aquele era seu destino. Depois do gozo máximo, Osmar se entrega ao sono que chega e Baltazar permanece ali, sentado na cama.
Levanta-se lentamente e caminha em direção á sala. Escreve algo num pedaço de papel, voltando e colocando-o sobre a cabeceira da cama de Osmar. Dá-lhe um delicado beijo na testa e se vai.
¤
No dia seguinte o telefone toca, Osmar acorda assustado, quando vê que Baltazar não está mais ali. Atende ao telefone, um pouco sonado quando uma voz masculina fala:
- Por favor, o Osmar está?
- É ele... – Responde esfregando os olhos.
- Osmar... Aqui é Belmiro, irmão do Baltazar, ele me falou ontem que tinha que falar com você... Osmar... Ele sumiu, não sabemos onde ele pode estar, você o viu?
Quando tomava fôlego para responder algo, Osmar olha sobre a mesinha e encontra o papel, pega e começa a ler: “Osmar, você abriu meus olhos para quem eu verdadeiramente sou. Obrigado. Mas não posso mais viver carregando essa cruz sobre minha cabeça. Quando você estiver lendo este bilhete, não estarei mais aqui. Fui até o mar, ele me levou embora. Fui embora numa onda. Me desculpe. Te amo. – Ass.: Balta”
O telefone escorrega da mão de Osmar, que permanece inerte observando aquele pedaço de papel.
¤
FIM
Fim - Duda Moraes
Olá!
Gosto de longos períodos sem postar nada, acho que o organizador deste blog e os leitores perceberam isso.
O tremor de terra do dia 22 de abril de 2008, trouxe de volta a boa e velha paranóia, será que devemos acreditar nas previsões e teorias da conspiração espalhadas pela rede, filmes e livros, encontrei alguns blogs que orgulhosamente exibem matérias completas, estudos e o cacete, tudo falando sobre um provável fim apocalíptico para a raça humana.
Porra! Cadê meu citalopram, preciso de uma caixa agora!
Olha! Eu não tenho um bom placar quando se trata de mulheres, de quinze ou dezesseis, comi cinco e paguei mico com uma, puta merda que Dia horrível!
Com mil meu e comi o seu, juntando tuido dá para comprar quantas pizzsa?
Porra... outra vez não!
- Isso memso otraio, sou eu... Sua mão direita, deu para peercebr que agora domino sua mão esquersda também!
- Não! E se o Mundo acabar, que seja em uma banca de jornal, assim posso pegar todas as gostosas da Playbouy... kekekekekekekekekekeke
- Maravilha, alem de atrapalhar minha vida, joga minha reputação na lama...
- Reputação? Que reputação?
- Fim de papo... relaxa e me deixca escrever.
Onde parei... lembrei, o fim está próximo, fim da minha paciência, fim da caixa de bis, fim da coca, não a ina, to falando da preta.
Perdi minha conexão, a mão ta pirada, eu não vejo saída!
- Relaxa...
- Momo!
- É muleque, pelo visto o tratamento com tirinha não resolveu seu problema.
- Porra! Você não sentiu o terremoto no dia 22, pois é, até suspeita de testes nucleares feitos pelos USA foram levantados, tem nego dizendo que tudo isso é para tentar destruir um meteoro ou cometa que vai colidir com a Terra.
- Pode parar! Que porra de papo de loco é esse?
- É verdade!
- Verdade o cacete, essa porra de mão possuída ta fudendo seu cérebro, seus miolos vão virar sopa, onde vi isso, sopa de cérebro, sei lá!
- Me ajuda Momo... a coisa ta feia!
- Temos uma única saída...
- Qual?
- Sacrificar sua mão, vamos oferecer esse monstro para os Deuses do Pagodão!
- Que?
- Ai! Gordo nenhum vai me tirar desse otário!
- Vamos ver!
Agora complicou de vez, acostumar a limpar a bunda com a mão esquerda foi foda, mas perder a direita!
Que se foda, o Mundoi pode acabar agora!
Qual ser´pa o fim disso tudo??
O Mundo realmente acabará, nosso escritor ficará maneta para o resto da vida... se ficar maneta, nosso intrépido e sagaz escritor conseguirá copmer mais alguma gostosa, dragão, bola de banha ou simplesmente deve se casar com uma perneta para combinar com sua maneta?
Putz! Cadê meu remédio?
Seções: Duda Moraes, humor, sacanagem, textos
23 de abril de 2008
PELE - Poesia de Dimitri Kozma
Póro para pela pele
Pêlo!
Pelo palo
Pena!
Pó paira pela pele
Pé poroso!
Pústula pede
Peça!
Plena peste
Pessa!
Prevê perda
Perca!
Pele peca
Peçonha!
Pensa pelo póro
Passa!
Pêlo para pena
Pássaro!
Perca pele
Passo!
Padre pode
Pá Podre!
Pulsa
Pús são!
Pulsão
Pele!
19/04/2002
Seções: Dimitri Kozma, Poesia, Surreal, textos
22 de abril de 2008
Advergame NGage
Mais um advergame interessante. Este produzido para o N-Gage da Nokia. Mistura vídeo em stop motion com um game estilo arkanoid no meio do filme. Vale a pena conhecer.
Assista e jogue: http://www.get-out-and-play.com
Seções: Dicas e Links, Games, Notícias, variedades, video
Um final de semana Qualquer - Por Leandro Aguilar
Neste final de semana, fui visitar a Chácara Santo Antonio, bairro onde nasci e me criei até os 17 anos. Esta visita aconteceu só por causa do meu primo, que nasceu e foi praticamente criado lá também. Hoje, ele mora em Santa Catarina e de férias em São Paulo, me convidou para fazer uma viagem ao passado.
Fazia mais ou menos uns oito ou nove anos que ele não vinha para São Paulo. Coincidentemente, faz mais isso também que não vou para esses lados.
Sabe, eu nunca tinha pensado desta forma, mas é impressionante como o tempo diminui o tamanho das coisas. Quando chegamos na rua em que moramos, tudo parecia estar mais pequeno. A casa e o quintal onde brincávamos parecia estar menor. Não dava para acreditar que um dia joguei bola ali.
As ruas que antes eram tão enormes pareciam ser acanhadas. Nunca imaginei que um dia seria possível passar naquela rua num fim de semana qualquer, e não ver os moleques na rua. O colégio que estudei do pré até a oitava série, continua o mesmo. Quando olhei para o colégio mais de perto passou um filme na minha cabeça. E isso me causou uma estranheza enorme.
Naquele instante percebi que estou ficando velho... Percebi que existe um mundo ao nosso redor que a gente nem percebe. E o que o tempo não pára e a gente ainda passa correndo.
Não sei se já fizeram isso. Se não fizeram, sugiro que façam este exercício de voltarem onde nasceram e onde foram criados. Pois a sensação de estar no passado e ter alguns flashs de sua vida, é maravilhoso. E é praticamente impossível sair do local visitado, sem se perguntar se valeu a pena.
Se me perguntarem a resposta é simples. – Valeu e muito. Eu não mudaria nada.
Pois bem, neste fim de semana reencontrei algo especial. Reencontrei felicidade. E descobri também que a felicidade pode ser um sorriso sincero, um aperto de mão, se apaixonar, um beijo apaixonado, uma chance para recomeçar, um pedido de desculpas, reconhecer que estava errado, ligar para a pessoa que você gosta e dizer o quanto ela é especial para você encontrar a mulher (ou homem) da sua vida ou reviver o passado num final de semana qualquer.
Seções: crônicas
A Carne É Fraca - Documentário
Ótimo documentário sobre o hábito de comer carne, produzido pelo Instituto Nina Rosa. Muito interessante, vale a pena assistir para refletir sobre o assunto. É um pouco forte em alguns momentos, mas é importante não fechar os olhos.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Seções: Artigos, comportamento, Curiosidades, Documentários, Notícias, variedades, video
O PREÇO DA DÚVIDA - Conto de Dimitri Kozma
Osmar passeava com seu corpo bronzeado pela praia quando dá de cara com Baltazar, seu velho amigo de infância que não via há meses.
O amigo responde timidamente:
- Pois é, Osmar, tive uns problemas aí, mas agora tá tudo bem...
O bem apessoado Osmar preocupa-se:
- Problemas? Mas o que aconteceu, cara?
Cutuca a areia com o pé e responde:
- Grana! O problema é sempre esse, grana! Perdi o emprego faz um mês e não arrumei nada ainda...
- Pois é, a coisa tá difícil prá todo mundo... É a crise! Mas tudo se arruma. Estou com um emprego que tá dando prá tirar uma grana legal... Passa lá em casa... Quem sabe não arrumo alguma coisa prá você?
Baltazar se anima:
- Sério mesmo?
- Claro! Passa lá que a gente conversa...
Baltazar não falava com Osmar havia muito tempo, mas sabia que seu amigo não o deixaria á ver navios. Ambos moravam em casinhas simples de subúrbio no litoral. O emprego fora de temporada era algo raro e Baltazar ficou excitadíssimo com a perspectiva de conseguir algum dinheiro. Sua família passava por sérias dificuldades e ele era o arrimo daquela casa. Seu pai estava inválido devido a um acidente, fora atropelado e o motorista fugiu sem dar satisfações. Sua mãe costurava para ajudar na renda, mas não era suficiente. Seus dois irmãos mais velhos trabalhavam lavando carros num posto de gasolina, ganhavam menos do que um salário mínimo. “Um trabalho medíocre!” pensava Baltazar, que tinha em seu futuro a visão de que seria alguém conhecido e tiraria a família da miséria. Em seu âmago sentia isto.
No dia seguinte, logo cedo, chegou á casa de Osmar, era pequena, nada suntuosa, uma casinha na periferia, como a de Baltazar. Foi prontamente atendido e convidado a entrar:
- Fico feliz que tenha vindo, Balta.
Ele faz apenas um aceno de cabeça, não fazia a menor idéia do que lhe seria proposto. Não imaginava nem qual era o trabalho de Osmar, que continuava a falar:
- Bem, não te contei sobre o meu trabalho... Mas eu acho que vai ser interessante prá você... Acho que vai gostar. E meu patrão me pediu prá indicar uma pessoa. Logo pensei em você.
- Obrigado por me ajudar. - Baltazar é franco e abre o jogo: - Olha, Osmar, vou te falar a verdade... A coisa tá preta! Eu estou sem dinheiro para pagar o aluguel, minha família corre até risco de ser despejada de casa... A gente tá até passando fome... Eu vou precisar mesmo desse emprego.
Osmar senta-se no sofá, um pouco puído, fazendo um gesto para o amigo sentar-se também. Ajeita-se e fala:
- Bem, é o seguinte... – Pausa por um instante e finalmente fala – Eu trabalho numa casa noturna... Com turistas... Dá uma puta grana!
Ouvindo aquilo, Baltazar se ilumina:
- Casa noturna? Parece legal!
- Eu faço programas com turistas... Michê!
O amigo leva o impacto:
- O quê?
Com uma naturalidade espantosa, Osmar confirma:
- Isso mesmo. Eu saio com homens... A maioria gringo. Comecei a pouco tempo, mas já estou conseguindo juntar uma boa grana. Eles pagam tudo, você precisa ver.
Permanecendo atônito com a revelação, Baltazar não articula uma palavra, Osmar continua a relatar:
- Tem um coroa que gosta de sair só com rapaz jovem, como a gente... O cara banca tudo, Outro dia ganhei esse relógio dele...
Balança um Rolex importado, pesadíssimo. O chacoalho chama a atenção de Baltazar, que esbugalha os olhos ao ver aquele lindo relógio.
- Pois é, Balta... Você também pode ter tudo que quer. É só entrar nesse mundo. Dinheiro fácil!
Sem falar nada, pensativo, Baltazar começa a observar as atitudes do amigo. Começa a analisar os trejeitos, a maneira de sentar, o tom de voz, tudo. Percebe então que ele é um tanto afeminado. “Como eu nunca pensei nisso antes? Como nunca percebi?”, pensa Baltazar, ainda absorto olhando aquele rapaz másculo, bronzeado de sol, um típico garanhão. “Ele cruza as pernas como mulher!”, examina transtornado. Um sentimento misto de nojo, repulsa e terror invade seu interior. Aquele amigo que pensava que conhecia como a palma de sua mão era um perfeito desconhecido. Um homossexual escondido dentro daquele que outrora fora seu melhor amigo. Um arrepio percorre sua espinha ao se lembrar de quantas vezes não compartilharam o mesmo quarto durante a infância.
Sem conseguir responder nada, Baltazar permanece sem forças para se levantar. Osmar percebe a situação embaraçosa que se criou e tenta puxar conversa:
- Um rapaz bonito como você pode ganhar muito dinheiro, Balta... Olha... Não é tão ruim assim. Você acaba se acostumando. E vai até gostar. Você vai ver só!
Gaguejando, Baltazar diz:
- N-Nunca imaginei isso de você, Osmar! Nunca! Você... As garotas corriam atrás de você e você fugia delas... Eu não entendia porquê... Mas agora percebo...
Fazendo um gesto brusco, inclinando o dorso em direção ao amigo, Osmar responde:
- Não me diga que nunca percebeu, Balta. Não me diga que nunca percebeu nossas brincadeiras... Quando a gente fazia campeonato de masturbação... Aquilo me deixava muito excitado...
Baltazar berra num rompante:
- Nós éramos duas crianças! Como pôde? Como pôde? Tínhamos sete, oito anos! Como pôde?
Sem exasperar-se, Osmar responde:
- Eu sabia exatamente o que fazia. E duvido que você não soubesse. Não adianta, Balta. Eu sei que você também gostava daquelas brincadeiras...
O ódio começa a ferver dentro da alma de Baltazar, que está prestes a explodir como uma panela de pressão:
- Mentira! Mentira! Eu era uma criança! Não sabia o que fazia! E você se aproveitou de mim!
- Meu amigo! Você gostava! Eu me lembro que gostava! Não adianta agora tentar fugir daquilo que você sente! Você é como eu, Balta! Você gosta de homens!
Baltazar se levanta do sofá aos berros:
- Não gosto! Não gosto! E não me chame de Balta! Me chame pelo nome! Não sou viado! Não sou como você!
Permanecendo sentado, altivamente Osmar retruca:
- Ah é? Então como você me explica o fato de que você nunca durou mais que um mês com nenhuma namorada? Sempre achou defeito nas pobres moças... Lembra-se da última? Lembra-se? Você implicou com o corte de cabelo dela? Isso é o quê, meu amor?
Baltazar percebia que depois de se revelar, Osmar havia se tornado mais afeminado, percebia claramente aquilo e ficava tremendamente incomodado com aquela situação. Começou a pensar no fato que seu amigo lhe jogou na cara. Nunca havia pensado nisso, nunca. Mas seus brios o mantiveram firme:
- Você está dizendo besteiras! Você é uma bicha e quer que os outros sejam também! Mas eu estou te avisando! Fica longe de mim! Não quero contato com esse tipo de gente!
Sai irritado, batendo a porta. Osmar permanece ali sentado, um pouco transtornado com aquilo tudo. Não sabia se deveria ter contado ou não. Não sabia se aquele era o momento certo. Mas agora o fato estava consumado.
¤
Naquela noite, Baltazar não conseguiu dormir. Ficou com as palavras de Osmar pululando em sua cabeça. Levanta-se e vai até o banheiro observar-se. Olha-se no espelho e divaga: “Será que...”, toca seu rosto, vira-se então de lado e se vê de perfil com o rabo do olho, tentando encontrar um traço em sua personalidade que o fizesse pensar que ele teria características homossexuais. Nada! Senta-se então no vaso sanitário e abaixa a cabeça, lembrando do tempo em que era um garotinho ingênuo de sete anos.
A imagem parece nítida em sua mente, naquela época ele tocava seu amigo e ele o tocava naturalmente. Na cabeça de Baltazar não havia nada que pudesse provar o contrário, não era algo pecaminoso. Simplesmente brincadeira de criança. Ou não? Uma angústia forte percorre a espinha de Baltazar, que tenta se lembrar de mais detalhes daquela época, mas que lhe fogem a mente. Não consegue se recordar de mais nada, não se lembra de seus pais naquele período, de outros amiguinhos, nada. Só passa por sua cabeça aquelas brincadeiras com Osmar. Brincadeiras que chegaram a ser mais do que simples brincadeiras.
Lembra-se uma vez, uma tarde de primavera. A praia estava vazia. A imagem se forma nítida. Os dois se refugiaram embaixo do posto de salvamento da praia. Era um lugar que tinha bastante espaco, era escuro, acolhedor. Ele começa a recordar o que sentia. Começa a se lembrar quando um acariciou o membro do outro. As brincadeiras. Num dado momento finalmente houve a penetração. Não houve dor, sangue, nada. Apenas uma estranha sensação que percorria por todo seu pequeno corpinho de criança. Sentia seu amigo agarrado em suas costas, respirando em seu pescoço. O barulho das ondas parecia sincronizar-se com aquele momento, que durava para sempre em sua mente. Estava escondido, nunca mais havia pensado nisso, mas agora parece que foi desabrochado. O pequeno Baltazar se arrastava na areia e apertava o corpo do amigo entre o seu. Quando finalmente Osmar terminou, chegara sua vez. Baltazar então começou a acariciar o lombo de seu amigo delicadamente. Com o membro ereto, finca-o no orifício. Enquanto dava as estocadas, Baltazar lembra de estar acariciando o pênis de seu amigo. Debaixo daquele posto de salvamento os dois conheceram o prazer pela primeira vez.
Quando percebe que, ao se lembrar disso, seu membro ficou enrijecido, Baltazar se levanta assustado. Não sabe mais o que é. Olha-se novamente no espelho e se pergunta: “Será que eu também sou?”. A idéia o assusta, mas ao mesmo tempo, percebe que não pode se conter. Trancado naquele banheiro sabe que não vai conseguir dormir se não extravasar seus desejos. Osmar não lhe sai da cabeça. Após descarregar suas energias, Baltazar volta para sua cama, tentando dormir. Mas não consegue, no meio da noite acorda diversas vezes e se recorda de tudo, como uma eterna maldição.
(... continua - não perca o final da história!)
18 de abril de 2008
Esculturas de Monstrinhos Freak - Dimitri Kozma
Algumas esculturas que fiz, são bem pequenas. Tem aproximadamente 5 cm de altura. Se gostarem, vem mais. :)
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