Quem nunca pensou ou melhor passou por isso antes, aquela boa e velha fase em que você enxerga apenas aquela pessoa, esquece de si, abandona os amigos, deixa de cantar a gostosa da vizinha, nem toca uma no banheiro por achar que é traição, isso vale para a mulherada também.
Como disse antes, não é fácil escrever algo inteligente e divertido, mas pretendo tornar esse momento sombrio em um fato quase cômico, tragicômico para ser mais exato.
Passei dias sem escrever (lá vou eu outra vez), sempre que tento me livrar é a mesma coisa, tudo que me vem são dias... Dias em que evito pensar em você, dias em que pretendo te ver, dias de luz, dias de trevas, dias de putaria, dias apenas dias.
Mas, como nem tudo na vida é só alegria – quem disse que passo meus dias sorrindo- fui mais uma vez em busca de sábios conselhos e iluminação barata proveniente da Sta Efigênia, recebi as graças de meu nobre guru “O Rei Momo”, apesar de odiar o carnaval por fazer a porra do Brasil funcionar após seu fim, continuo acreditando na sagacidade de meu ilustríssimo mentor.
Sentado em seu trono acompanhado de duas mulatas maravilhosas trajando apenas uma tirinha de cheiro, fiz a fatídica pergunta:
- Grande Mestre, ilumine meu ser com toda a sua sabedoria, mostre o caminho para a iluminação suprema e tira essa porra de luz barata que fica piscando, ela me da dor de cabeça!
Sem entender os motivos, uma das mulatas pegou a tirinha e esfregou em meu nariz – foi foda, neto de italiano, imagina o tamanho da minha napa – num frenesi sem limites, aquele cheiro de perereca suada entrou em minhas narinas percorrendo o curto caminho até meu cérebro, como uma descarga elétrica sem precedentes, senti meus neurônios funcionando como nunca, pupilas dilatadas, respiração ofegante e pau duro, não dava para ficar mole, tirinha boa essa, melhor que qualquer outro produto químico e o melhor é natural... Que nega gostosa!
Meio tonto pelo efeito mágico da tirinha de cheiro, comecei a ouvir uma voz familiar e forte como um trovão, durante minha viagem, lembro de ter visto o rosto dela, e a voz continuava como trovão...
“Filho, cê num tem samba no pé, sai dessa trip errada, larga dessa mulé!”
Quando percebi o que estava acontecendo, vi o negão redondo feito bola bolinando as tetas de uma das mulatas, enquanto a outra pegava o cetro real, bizarro!
Aleguei ter cinco motivos para pensar nela, sem perceber comecei a entoar os motivos como se fossem mantras:
Ela tem a pele macia como o pêssego...
Seus cabelos são negros como a noite e macios como a seda...
Sua boca é tão suave quanto a brisa que refresca as noites de lua cheia...
Suas curvas são perfeitas, seus quadris, suas coxas...
Seu toque é tão quente e gostoso...
Fio quando o tal trovão piorou!
- Porra! Moleque, você não sabe o que é mulher de verdade, vou te dar cinco motivos para esquecer esse bagulho e largar dessa dependência louca!
Como se fosse mágica ou efeito ainda da tirinha, vi uma lua negra em meu rosto, até a cratera estava lá, mas algo me deixou com a pulga atrás da orelha, um cheiro, isso mesmo, um cheiro familiar.
Para meu espanto aquela lua começou a tremer e ouvi:
- Sente moleque, ouve a voz da insanidade, leva estes cinco motivos para toda sua vida e viva a sacanagem:
Que pele macia como pêssego o cacete, o lance é jabuticaba quanto mais você aperta, mais suco ela solta, cabelo serve para puxar e não acariciar, sente essa boca que vai te fazer ferver como vulcão, de curva eu entendo, agora sente o calor.
Para minha felicidade entendi em poucos segundos que aquilo não era a lua e sim uma das mulatas rebolando o rabão na minha cara, realmente pêssego o cacete, aquilo era como uma fruta proibida, um sabor tão doce quanto o mel, mas como meu mentor não gosta de miséria, percebi que uma segunda mulata estava exercitando seus dotes manuais e orais...
Quente como vulcão, agora entendi!
Graças ao Rei Momo, descobri que tenho cinco motivos para não pensar mais em você.
Duas mulatas, uma tirinha de cheiro, uma pacote de camisinhas e os conselhos do Rei Momo.
Que par de negas gostosas!
