Osmar passeava com seu corpo bronzeado pela praia quando dá de cara com Baltazar, seu velho amigo de infância que não via há meses.
- Á quanto tempo, Balta! Anda sumido, cara!
O amigo responde timidamente:
- Pois é, Osmar, tive uns problemas aí, mas agora tá tudo bem...
O bem apessoado Osmar preocupa-se:
- Problemas? Mas o que aconteceu, cara?
Cutuca a areia com o pé e responde:
- Grana! O problema é sempre esse, grana! Perdi o emprego faz um mês e não arrumei nada ainda...
- Pois é, a coisa tá difícil prá todo mundo... É a crise! Mas tudo se arruma. Estou com um emprego que tá dando prá tirar uma grana legal... Passa lá em casa... Quem sabe não arrumo alguma coisa prá você?
Baltazar se anima:
- Sério mesmo?
- Claro! Passa lá que a gente conversa...
Baltazar não falava com Osmar havia muito tempo, mas sabia que seu amigo não o deixaria á ver navios. Ambos moravam em casinhas simples de subúrbio no litoral. O emprego fora de temporada era algo raro e Baltazar ficou excitadíssimo com a perspectiva de conseguir algum dinheiro. Sua família passava por sérias dificuldades e ele era o arrimo daquela casa. Seu pai estava inválido devido a um acidente, fora atropelado e o motorista fugiu sem dar satisfações. Sua mãe costurava para ajudar na renda, mas não era suficiente. Seus dois irmãos mais velhos trabalhavam lavando carros num posto de gasolina, ganhavam menos do que um salário mínimo. “Um trabalho medíocre!” pensava Baltazar, que tinha em seu futuro a visão de que seria alguém conhecido e tiraria a família da miséria. Em seu âmago sentia isto.
No dia seguinte, logo cedo, chegou á casa de Osmar, era pequena, nada suntuosa, uma casinha na periferia, como a de Baltazar. Foi prontamente atendido e convidado a entrar:
- Fico feliz que tenha vindo, Balta.
Ele faz apenas um aceno de cabeça, não fazia a menor idéia do que lhe seria proposto. Não imaginava nem qual era o trabalho de Osmar, que continuava a falar:
- Bem, não te contei sobre o meu trabalho... Mas eu acho que vai ser interessante prá você... Acho que vai gostar. E meu patrão me pediu prá indicar uma pessoa. Logo pensei em você.
- Obrigado por me ajudar. - Baltazar é franco e abre o jogo: - Olha, Osmar, vou te falar a verdade... A coisa tá preta! Eu estou sem dinheiro para pagar o aluguel, minha família corre até risco de ser despejada de casa... A gente tá até passando fome... Eu vou precisar mesmo desse emprego.
Osmar senta-se no sofá, um pouco puído, fazendo um gesto para o amigo sentar-se também. Ajeita-se e fala:
- Bem, é o seguinte... – Pausa por um instante e finalmente fala – Eu trabalho numa casa noturna... Com turistas... Dá uma puta grana!
Ouvindo aquilo, Baltazar se ilumina:
- Casa noturna? Parece legal!
- Eu faço programas com turistas... Michê!
O amigo leva o impacto:
- O quê?
Com uma naturalidade espantosa, Osmar confirma:
- Isso mesmo. Eu saio com homens... A maioria gringo. Comecei a pouco tempo, mas já estou conseguindo juntar uma boa grana. Eles pagam tudo, você precisa ver.
Permanecendo atônito com a revelação, Baltazar não articula uma palavra, Osmar continua a relatar:
- Tem um coroa que gosta de sair só com rapaz jovem, como a gente... O cara banca tudo, Outro dia ganhei esse relógio dele...
Balança um Rolex importado, pesadíssimo. O chacoalho chama a atenção de Baltazar, que esbugalha os olhos ao ver aquele lindo relógio.
- Pois é, Balta... Você também pode ter tudo que quer. É só entrar nesse mundo. Dinheiro fácil!
Sem falar nada, pensativo, Baltazar começa a observar as atitudes do amigo. Começa a analisar os trejeitos, a maneira de sentar, o tom de voz, tudo. Percebe então que ele é um tanto afeminado. “Como eu nunca pensei nisso antes? Como nunca percebi?”, pensa Baltazar, ainda absorto olhando aquele rapaz másculo, bronzeado de sol, um típico garanhão. “Ele cruza as pernas como mulher!”, examina transtornado. Um sentimento misto de nojo, repulsa e terror invade seu interior. Aquele amigo que pensava que conhecia como a palma de sua mão era um perfeito desconhecido. Um homossexual escondido dentro daquele que outrora fora seu melhor amigo. Um arrepio percorre sua espinha ao se lembrar de quantas vezes não compartilharam o mesmo quarto durante a infância.
Sem conseguir responder nada, Baltazar permanece sem forças para se levantar. Osmar percebe a situação embaraçosa que se criou e tenta puxar conversa:
- Um rapaz bonito como você pode ganhar muito dinheiro, Balta... Olha... Não é tão ruim assim. Você acaba se acostumando. E vai até gostar. Você vai ver só!
Gaguejando, Baltazar diz:
- N-Nunca imaginei isso de você, Osmar! Nunca! Você... As garotas corriam atrás de você e você fugia delas... Eu não entendia porquê... Mas agora percebo...
Fazendo um gesto brusco, inclinando o dorso em direção ao amigo, Osmar responde:
- Não me diga que nunca percebeu, Balta. Não me diga que nunca percebeu nossas brincadeiras... Quando a gente fazia campeonato de masturbação... Aquilo me deixava muito excitado...
Baltazar berra num rompante:
- Nós éramos duas crianças! Como pôde? Como pôde? Tínhamos sete, oito anos! Como pôde?
Sem exasperar-se, Osmar responde:
- Eu sabia exatamente o que fazia. E duvido que você não soubesse. Não adianta, Balta. Eu sei que você também gostava daquelas brincadeiras...
O ódio começa a ferver dentro da alma de Baltazar, que está prestes a explodir como uma panela de pressão:
- Mentira! Mentira! Eu era uma criança! Não sabia o que fazia! E você se aproveitou de mim!
- Meu amigo! Você gostava! Eu me lembro que gostava! Não adianta agora tentar fugir daquilo que você sente! Você é como eu, Balta! Você gosta de homens!
Baltazar se levanta do sofá aos berros:
- Não gosto! Não gosto! E não me chame de Balta! Me chame pelo nome! Não sou viado! Não sou como você!
Permanecendo sentado, altivamente Osmar retruca:
- Ah é? Então como você me explica o fato de que você nunca durou mais que um mês com nenhuma namorada? Sempre achou defeito nas pobres moças... Lembra-se da última? Lembra-se? Você implicou com o corte de cabelo dela? Isso é o quê, meu amor?
Baltazar percebia que depois de se revelar, Osmar havia se tornado mais afeminado, percebia claramente aquilo e ficava tremendamente incomodado com aquela situação. Começou a pensar no fato que seu amigo lhe jogou na cara. Nunca havia pensado nisso, nunca. Mas seus brios o mantiveram firme:
- Você está dizendo besteiras! Você é uma bicha e quer que os outros sejam também! Mas eu estou te avisando! Fica longe de mim! Não quero contato com esse tipo de gente!
Sai irritado, batendo a porta. Osmar permanece ali sentado, um pouco transtornado com aquilo tudo. Não sabia se deveria ter contado ou não. Não sabia se aquele era o momento certo. Mas agora o fato estava consumado.
¤
Naquela noite, Baltazar não conseguiu dormir. Ficou com as palavras de Osmar pululando em sua cabeça. Levanta-se e vai até o banheiro observar-se. Olha-se no espelho e divaga: “Será que...”, toca seu rosto, vira-se então de lado e se vê de perfil com o rabo do olho, tentando encontrar um traço em sua personalidade que o fizesse pensar que ele teria características homossexuais. Nada! Senta-se então no vaso sanitário e abaixa a cabeça, lembrando do tempo em que era um garotinho ingênuo de sete anos.
A imagem parece nítida em sua mente, naquela época ele tocava seu amigo e ele o tocava naturalmente. Na cabeça de Baltazar não havia nada que pudesse provar o contrário, não era algo pecaminoso. Simplesmente brincadeira de criança. Ou não? Uma angústia forte percorre a espinha de Baltazar, que tenta se lembrar de mais detalhes daquela época, mas que lhe fogem a mente. Não consegue se recordar de mais nada, não se lembra de seus pais naquele período, de outros amiguinhos, nada. Só passa por sua cabeça aquelas brincadeiras com Osmar. Brincadeiras que chegaram a ser mais do que simples brincadeiras.
Lembra-se uma vez, uma tarde de primavera. A praia estava vazia. A imagem se forma nítida. Os dois se refugiaram embaixo do posto de salvamento da praia. Era um lugar que tinha bastante espaco, era escuro, acolhedor. Ele começa a recordar o que sentia. Começa a se lembrar quando um acariciou o membro do outro. As brincadeiras. Num dado momento finalmente houve a penetração. Não houve dor, sangue, nada. Apenas uma estranha sensação que percorria por todo seu pequeno corpinho de criança. Sentia seu amigo agarrado em suas costas, respirando em seu pescoço. O barulho das ondas parecia sincronizar-se com aquele momento, que durava para sempre em sua mente. Estava escondido, nunca mais havia pensado nisso, mas agora parece que foi desabrochado. O pequeno Baltazar se arrastava na areia e apertava o corpo do amigo entre o seu. Quando finalmente Osmar terminou, chegara sua vez. Baltazar então começou a acariciar o lombo de seu amigo delicadamente. Com o membro ereto, finca-o no orifício. Enquanto dava as estocadas, Baltazar lembra de estar acariciando o pênis de seu amigo. Debaixo daquele posto de salvamento os dois conheceram o prazer pela primeira vez.
Quando percebe que, ao se lembrar disso, seu membro ficou enrijecido, Baltazar se levanta assustado. Não sabe mais o que é. Olha-se novamente no espelho e se pergunta: “Será que eu também sou?”. A idéia o assusta, mas ao mesmo tempo, percebe que não pode se conter. Trancado naquele banheiro sabe que não vai conseguir dormir se não extravasar seus desejos. Osmar não lhe sai da cabeça. Após descarregar suas energias, Baltazar volta para sua cama, tentando dormir. Mas não consegue, no meio da noite acorda diversas vezes e se recorda de tudo, como uma eterna maldição.
(... continua - não perca o final da história!)
O amigo responde timidamente:
- Pois é, Osmar, tive uns problemas aí, mas agora tá tudo bem...
O bem apessoado Osmar preocupa-se:
- Problemas? Mas o que aconteceu, cara?
Cutuca a areia com o pé e responde:
- Grana! O problema é sempre esse, grana! Perdi o emprego faz um mês e não arrumei nada ainda...
- Pois é, a coisa tá difícil prá todo mundo... É a crise! Mas tudo se arruma. Estou com um emprego que tá dando prá tirar uma grana legal... Passa lá em casa... Quem sabe não arrumo alguma coisa prá você?
Baltazar se anima:
- Sério mesmo?
- Claro! Passa lá que a gente conversa...
Baltazar não falava com Osmar havia muito tempo, mas sabia que seu amigo não o deixaria á ver navios. Ambos moravam em casinhas simples de subúrbio no litoral. O emprego fora de temporada era algo raro e Baltazar ficou excitadíssimo com a perspectiva de conseguir algum dinheiro. Sua família passava por sérias dificuldades e ele era o arrimo daquela casa. Seu pai estava inválido devido a um acidente, fora atropelado e o motorista fugiu sem dar satisfações. Sua mãe costurava para ajudar na renda, mas não era suficiente. Seus dois irmãos mais velhos trabalhavam lavando carros num posto de gasolina, ganhavam menos do que um salário mínimo. “Um trabalho medíocre!” pensava Baltazar, que tinha em seu futuro a visão de que seria alguém conhecido e tiraria a família da miséria. Em seu âmago sentia isto.
No dia seguinte, logo cedo, chegou á casa de Osmar, era pequena, nada suntuosa, uma casinha na periferia, como a de Baltazar. Foi prontamente atendido e convidado a entrar:
- Fico feliz que tenha vindo, Balta.
Ele faz apenas um aceno de cabeça, não fazia a menor idéia do que lhe seria proposto. Não imaginava nem qual era o trabalho de Osmar, que continuava a falar:
- Bem, não te contei sobre o meu trabalho... Mas eu acho que vai ser interessante prá você... Acho que vai gostar. E meu patrão me pediu prá indicar uma pessoa. Logo pensei em você.
- Obrigado por me ajudar. - Baltazar é franco e abre o jogo: - Olha, Osmar, vou te falar a verdade... A coisa tá preta! Eu estou sem dinheiro para pagar o aluguel, minha família corre até risco de ser despejada de casa... A gente tá até passando fome... Eu vou precisar mesmo desse emprego.
Osmar senta-se no sofá, um pouco puído, fazendo um gesto para o amigo sentar-se também. Ajeita-se e fala:
- Bem, é o seguinte... – Pausa por um instante e finalmente fala – Eu trabalho numa casa noturna... Com turistas... Dá uma puta grana!
Ouvindo aquilo, Baltazar se ilumina:
- Casa noturna? Parece legal!
- Eu faço programas com turistas... Michê!
O amigo leva o impacto:
- O quê?
Com uma naturalidade espantosa, Osmar confirma:
- Isso mesmo. Eu saio com homens... A maioria gringo. Comecei a pouco tempo, mas já estou conseguindo juntar uma boa grana. Eles pagam tudo, você precisa ver.
Permanecendo atônito com a revelação, Baltazar não articula uma palavra, Osmar continua a relatar:
- Tem um coroa que gosta de sair só com rapaz jovem, como a gente... O cara banca tudo, Outro dia ganhei esse relógio dele...
Balança um Rolex importado, pesadíssimo. O chacoalho chama a atenção de Baltazar, que esbugalha os olhos ao ver aquele lindo relógio.
- Pois é, Balta... Você também pode ter tudo que quer. É só entrar nesse mundo. Dinheiro fácil!
Sem falar nada, pensativo, Baltazar começa a observar as atitudes do amigo. Começa a analisar os trejeitos, a maneira de sentar, o tom de voz, tudo. Percebe então que ele é um tanto afeminado. “Como eu nunca pensei nisso antes? Como nunca percebi?”, pensa Baltazar, ainda absorto olhando aquele rapaz másculo, bronzeado de sol, um típico garanhão. “Ele cruza as pernas como mulher!”, examina transtornado. Um sentimento misto de nojo, repulsa e terror invade seu interior. Aquele amigo que pensava que conhecia como a palma de sua mão era um perfeito desconhecido. Um homossexual escondido dentro daquele que outrora fora seu melhor amigo. Um arrepio percorre sua espinha ao se lembrar de quantas vezes não compartilharam o mesmo quarto durante a infância.
Sem conseguir responder nada, Baltazar permanece sem forças para se levantar. Osmar percebe a situação embaraçosa que se criou e tenta puxar conversa:
- Um rapaz bonito como você pode ganhar muito dinheiro, Balta... Olha... Não é tão ruim assim. Você acaba se acostumando. E vai até gostar. Você vai ver só!
Gaguejando, Baltazar diz:
- N-Nunca imaginei isso de você, Osmar! Nunca! Você... As garotas corriam atrás de você e você fugia delas... Eu não entendia porquê... Mas agora percebo...
Fazendo um gesto brusco, inclinando o dorso em direção ao amigo, Osmar responde:
- Não me diga que nunca percebeu, Balta. Não me diga que nunca percebeu nossas brincadeiras... Quando a gente fazia campeonato de masturbação... Aquilo me deixava muito excitado...
Baltazar berra num rompante:
- Nós éramos duas crianças! Como pôde? Como pôde? Tínhamos sete, oito anos! Como pôde?
Sem exasperar-se, Osmar responde:
- Eu sabia exatamente o que fazia. E duvido que você não soubesse. Não adianta, Balta. Eu sei que você também gostava daquelas brincadeiras...
O ódio começa a ferver dentro da alma de Baltazar, que está prestes a explodir como uma panela de pressão:
- Mentira! Mentira! Eu era uma criança! Não sabia o que fazia! E você se aproveitou de mim!
- Meu amigo! Você gostava! Eu me lembro que gostava! Não adianta agora tentar fugir daquilo que você sente! Você é como eu, Balta! Você gosta de homens!
Baltazar se levanta do sofá aos berros:
- Não gosto! Não gosto! E não me chame de Balta! Me chame pelo nome! Não sou viado! Não sou como você!
Permanecendo sentado, altivamente Osmar retruca:
- Ah é? Então como você me explica o fato de que você nunca durou mais que um mês com nenhuma namorada? Sempre achou defeito nas pobres moças... Lembra-se da última? Lembra-se? Você implicou com o corte de cabelo dela? Isso é o quê, meu amor?
Baltazar percebia que depois de se revelar, Osmar havia se tornado mais afeminado, percebia claramente aquilo e ficava tremendamente incomodado com aquela situação. Começou a pensar no fato que seu amigo lhe jogou na cara. Nunca havia pensado nisso, nunca. Mas seus brios o mantiveram firme:
- Você está dizendo besteiras! Você é uma bicha e quer que os outros sejam também! Mas eu estou te avisando! Fica longe de mim! Não quero contato com esse tipo de gente!
Sai irritado, batendo a porta. Osmar permanece ali sentado, um pouco transtornado com aquilo tudo. Não sabia se deveria ter contado ou não. Não sabia se aquele era o momento certo. Mas agora o fato estava consumado.
¤
Naquela noite, Baltazar não conseguiu dormir. Ficou com as palavras de Osmar pululando em sua cabeça. Levanta-se e vai até o banheiro observar-se. Olha-se no espelho e divaga: “Será que...”, toca seu rosto, vira-se então de lado e se vê de perfil com o rabo do olho, tentando encontrar um traço em sua personalidade que o fizesse pensar que ele teria características homossexuais. Nada! Senta-se então no vaso sanitário e abaixa a cabeça, lembrando do tempo em que era um garotinho ingênuo de sete anos.
A imagem parece nítida em sua mente, naquela época ele tocava seu amigo e ele o tocava naturalmente. Na cabeça de Baltazar não havia nada que pudesse provar o contrário, não era algo pecaminoso. Simplesmente brincadeira de criança. Ou não? Uma angústia forte percorre a espinha de Baltazar, que tenta se lembrar de mais detalhes daquela época, mas que lhe fogem a mente. Não consegue se recordar de mais nada, não se lembra de seus pais naquele período, de outros amiguinhos, nada. Só passa por sua cabeça aquelas brincadeiras com Osmar. Brincadeiras que chegaram a ser mais do que simples brincadeiras.
Lembra-se uma vez, uma tarde de primavera. A praia estava vazia. A imagem se forma nítida. Os dois se refugiaram embaixo do posto de salvamento da praia. Era um lugar que tinha bastante espaco, era escuro, acolhedor. Ele começa a recordar o que sentia. Começa a se lembrar quando um acariciou o membro do outro. As brincadeiras. Num dado momento finalmente houve a penetração. Não houve dor, sangue, nada. Apenas uma estranha sensação que percorria por todo seu pequeno corpinho de criança. Sentia seu amigo agarrado em suas costas, respirando em seu pescoço. O barulho das ondas parecia sincronizar-se com aquele momento, que durava para sempre em sua mente. Estava escondido, nunca mais havia pensado nisso, mas agora parece que foi desabrochado. O pequeno Baltazar se arrastava na areia e apertava o corpo do amigo entre o seu. Quando finalmente Osmar terminou, chegara sua vez. Baltazar então começou a acariciar o lombo de seu amigo delicadamente. Com o membro ereto, finca-o no orifício. Enquanto dava as estocadas, Baltazar lembra de estar acariciando o pênis de seu amigo. Debaixo daquele posto de salvamento os dois conheceram o prazer pela primeira vez.
Quando percebe que, ao se lembrar disso, seu membro ficou enrijecido, Baltazar se levanta assustado. Não sabe mais o que é. Olha-se novamente no espelho e se pergunta: “Será que eu também sou?”. A idéia o assusta, mas ao mesmo tempo, percebe que não pode se conter. Trancado naquele banheiro sabe que não vai conseguir dormir se não extravasar seus desejos. Osmar não lhe sai da cabeça. Após descarregar suas energias, Baltazar volta para sua cama, tentando dormir. Mas não consegue, no meio da noite acorda diversas vezes e se recorda de tudo, como uma eterna maldição.
(... continua - não perca o final da história!)
isso que eu chamo de colocar o cara numa duvida atroz.
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