30 de abril de 2008

DESCARTÁVEIS - Poesia de Dimitri Kozma

Pessoas descartáveis
Abjetas cabeças

Eliminadas como ratos
Sodomizadas sobre os pratos

Carne fresca á mesa de jantar
Deliciando os solidários em busca de ar

Sopro de arrego
Sabidamente sem apego

Pode sofrer sem limitações
Pessoas descartáveis
Procuram as salvações
Nos salmos e rezas

Perdões em busca de dor
Sôfrego pesar
Na relva úmida
Baba espessa

Decaptados ambulando pelo meio-fio
Dor de alma
Dinastia partida
Dádiva cumprida

Passado sem passar
Música fere o ouvido
Gemidos servidos no chá das cinco

Jogaram na lata do lixo
Mais uma pessoa descartável
A coleta não veio
E ela ficou apodrecendo ali na porta
(Por toda a eternidade!)

Derramanento involuntário de porra
PORRA!
Plantação de produtos descartáveis

Quanto mais porra melhor
Para gerar adubo
Para gerar quem se alimenta de adubo
Pessoas descartáveis

Coleção na estante
no chopingue center
no fésti fudi
Festa de fudidos

Sobras e rebarbas
Descartáveis dejetos
Sopro de esgoto
Flores dos córregos
Comemoram o nada

Samba, futebol e puta
Soma da receita trancedental
Jaula da bicharada
Gardenal!

Uma salva de palmas
Ás pessoas descartáveis!

Dimitri Kozma
01/07/2002

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