Dica de exposição no MAM! Para quem está em São Paulo, é uma ótima pedida!
Duchamp foi um artista contestador que, em 1919, ousou colocar um bigode na Monalisa e expor um mictório como obra de arte chamada "A Fonte"! :)
Vejam a notícia que saiu no UOL sobre a exposição:
MAM comemora 60 anos com maior exposição de Duchamp que São Paulo já teve
Fonte: UOL
Acontece a partir do dia 15 de julho, em São Paulo, a maior exposição da obra do artista francês naturalizado americano Marcel Duchamp já realizada na cidade, e que marca os 60 anos do MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo. A exposição, que tem o título "Marcel Duchamp: uma obra que não é uma obra 'de arte'", está focada na produção do artista de 1913 até sua morte, em 1968, período em que, segundo a curadora da mostra Elena Filipovic, se concentra a produção mais radicalmente questionadora do artista.
"Ele pode ter feito muitos trabalhos antes, muitas pinturas, na verdade, mas é nesse momento que ele se torna o Marcel Duchamp em que pensamos hoje", explica Filipovic, que é especializada no artista e conclui este ano um doutorado na Universidade de Princeton (EUA) sobre ele.
Por "Marcel Duchamp em que pensamos hoje", entenda-se o artista que expôs como arte, por exemplo, um mictório assinado e uma roda de bicicleta, ou que desenhou um cavanhaque na "Monalisa", atitudes provocadoras que redefiniram para sempre o conceito de obra de arte.
Paralelamente à mostra "Marcel Duchamp: uma obra que não é uma obra 'de arte'", o Museu de Arte Moderna de São Paulo promove também a exposição "Duchamp-Me".
Sob a curadoria de Felipe Chiamovich, a mostra paralela reúne cerca de 40 obras do acervo do MAM de artistas brasileiros inspirados no trabalho de Marcel Duchamp.
Dentre os destaques estão obras de Cássio Vasconcellos, Geraldo de Barros, Vik Muniz, Rafael França, entre outros. Para Filipovic, Duchamp (1887-1968) seria o primeiro 'artista-pensador', para quem a própria idéia é a obra de arte. Depois dele, ela prossegue, "o mais importante não é a técnica do artista, mas a idéia contida pela obra", noção que influenciou gerações de artistas posteriores com trabalhos tão diversos como o americano Andy Warhol ou o brasileiro Cildo Meireles.
A última exposição sobre Duchamp em São Paulo, de tamanho mais modesto, aconteceu há mais de 20 anos. Em 1987, a cidade recebeu, numa sala especial da 19ª Bienal Internacional de Arte, uma mostra com 75 obras do artista, com curadoria do colecionador italiano Arturo Schwarz.
A exposição que chega agora traz trabalhos inéditos no país, fundamentais para o pensamento duchampiano, como a réplica do "Grande Vidro", a "Caixa de 1914" e uma intrigante reprodução "virtual" (mas não computadorizada) do "Étant Donnés" ("Sendo Dados"), feita dentro de uma pequena sala (uma espécie de container) em que os visitantes podem olhar dentro.
Toda a exposição, aliás, estará pontuada por essas pequenas salas "encaixotadas" que não podem ser adentradas, mas cujo interior, que encerra reconstruções do atelier do artista ou de exposições inteiras montadas por Duchamp, pode ser espiado.
"Duchamp estava sempre pensando no espaço expositivo, e em como criar uma nova obra de arte com a maneira como o trabalho era exibido", conta a curadora, "e o fato de que Duchamp estivesse pensando na conceituação de seu trabalho e do espaço expositivo nessas circunstâncias, ficou meio que à margem da história, pois esses espaços são efêmeros".
"L.H.O.O.Q." (1919), a famosa "Monalisa de bigode"; o MAM receberá uma versão dessa obra feita nos anos 60
A consciência do entorno da obra e sua maneira de exibição são preocupações do artista que a exposição explorou na seleção de trabalhos e na arquitetura da montagem. "A forma de exibição nem sempre é uma preocupação do artista. Ele, às vezes, simplesmente cria 'algo' que é o que é, mas que não considera seu entorno e sua exibição".
"Partimos do princípio de que o próprio Duchamp era um exímio pensador dos espaços de exposição, e era importante que a exposição fosse inovadora em sua maneira de pensar o espaço", avalia Filipovic, que contou com os serviços da firma de arquitetura italiana Caruso e Torricella, responsável pela reforma do Fundação Proa, em Buenos Aires. A fundação argentina, que juntamente com o MAM patrocina a exposição, receberá a mostra a partir de novembro (até janeiro de 2009), por ocasião de sua reabertura ao público.
As duas cidades fazem parte da biografia de Duchamp. Buenos Aires foi a única cidade, além de Paris e Nova York, em que o artista chegou a morar e a trabalhar, em 1918, durante noves meses. E em 1948, Duchamp chegou a fazer o projeto de uma exposição de artistas americanos (que nunca chegou a se concretizar) para a inauguração do próprio MAM, que agora o recebe. Uma carta manuscrita de Duchamp, que hoje pertence ao acervo da Fundação Bienal, registra o episódio.
"É interessante que ele esteja de volta (a São Paulo e Buenos Aires) assim", diz Filipovic, para quem o raciocínio do artista é também marcado por movimentos circulares. "Apesar de ter como partida o ano de 1913 e o final em 1968, entre esses dois pontos, tomei liberdades para tentar mostrar que, de fato, Duchamp não caminha em linha reta. Ele está sempre dando voltas e retomando idéias".
O fato de grande parte dos trabalhos da exposição serem reproduções não incomoda Filipovic. "Como curadora, quis brincar com essa questão que está no cerne do trabalho de Duchamp, essa sua fascinação pela reprodução, pela réplica e com o questionamento do status da obra de arte", ela conta e lembra que o próprio Duchamp fez réplicas de trabalhos seus (os ready-mades, por exemplo), além de "validar" cópias feitas por outros com sua assinatura.
"Lembro de um episódio da biografia de Duchamp, em que um amigo pergunta para ele: 'mas por que você assina qualquer coisa que mostram para você?'. E ele responde: 'É porque desvaloriza o original'. Tem a ver com a expectativa que se tem do mundo das artes. Duchamp deslocou essas expectativas. E ele fez isso até o final da vida".
Elena, que acaba de fazer a curadoria da Bienal de Berlim, conta que depois de montada a exposição no MAM pretende passar um tempo no Brasil para conhecer mais sobre arte contemporânea brasileira. "Terei umas seis semanas, mas depois preciso voltar para terminar e apresentar meu doutorado sobre Duchamp", conta.
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"MARCEL DUCHAMP: UMA OBRA QUE NÃO É UMA OBRA 'DE ARTE'"
Quando: de 15 de julho a 21 de setembro.
De terça a domingo e feriados, das 10h às 18h
Onde: MAM - Parque do Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3
Telefone: (0/xx/11) 5085-1300
Quanto: R$ 5,50
uma fraude, d'uma fraude, é de fato uma fraude?????
ResponderExcluirBAH!!!!!!
ACHO QUE ATÉ HOJE POUCA GENTE ENTENDEU DE FATO O QUE SE PASSOU!!!!
a prova disso é o mercado a própria BIENAL , o que virou, pois conceituar o que já foi prá la de conceituado.....muda o disco , tá! que essa já cansou!
A gent precisa de coisa nova, e , por favor não me venha com ese papo que tudo já foi feito pois isso é uma prova da preguiça e da tremenda falta de coragem e acomodação que vive o meio artístico. Eu quero ver coisa nova! Não é possível? No Renascimento também pensavam o mesmo!!!!