Você, ele e o outro - Valentina Let´s Go

Tenho escutado várias histórias de homens contando sobre como a mulherada anda "facinha, facinha". Parece que elas perderam completamente o critério e o bom senso e que, além de ter peito e bunda, é preciso vender o cérebro.
A primeira história que relato aqui tem a ver com isso:

A moça tinha um namorado e um eventual, que vivia aos pés dela, fazia-lhe todas as vontades, para ver se conseguia seu amor só pra ele. Ela fazia do moço gato e sapato e algumas coisas mais: dava cano, ligava de madrugada pedindo sorvete (e ele atravessava a cidade - do ABC até Moema- só para atender aos pedidos da amada), fugia do trabalho pra "raptá-lo" e passavam a tarde toda no motel.

Ela era, na opinião dele, a mulher perfeita: apimentada na medida certa, inconseqüente na medida certa, inteligente, bem humorada e linda. A mulher dos seus sonhos, ali, só pra ele.

O tempo foi passando. Quando essa história completou 1 ano, ele armou um jantar romântico em um restaurante chique, comprou flores e um anel. Queria oficializar o relacionamento, forçando-a a escolher: ou ele ou o outro.

Quando ele chegou ao restaurante, a surpresa: ela estava lá, sentada na mesa, jantando com o outro! O rapaz ficou surpreso, chocado, decepcionado e com muita, muita raiva.

Deu meia volta e voltou pra casa, arquitetando a vingança. E sumiu da vida dela, assim como ela, da dele. Houve até uma tentativa, por parte dela, de esboçar alguma explicação, mas ele não quis saber.

Alguns meses depois, ele marcou um encontro, e ela foi. Muito romântico e apaixonado, como sempre, levou flores e um perfume de presente.
Tiveram uma noite de amor incrível, ela acordou feliz da vida. Mas qual não foi sua surpresa quando encontrou, sob o travesseiro, uma carta de despedida.
Sem entender muita coisa, notou que a janela do quarto estava aberta.

Ao se debruçar sobre ela, sentiu um impulso forte e olhou pra trás: ele empurrou a mulher pela janela.

"Nem ele, nem eu" - pensou.