Se você pudesse imaginar no lugar em que me encontro agora... E embora pareça que aqui não existe vida nem animal, nem vegetal, a imponência da natureza me faz sentir pequena e ao mesmo tempo grande por poder fazer parte do cenário.
As montanhas crescem infinitamente uma ao lado da outra. Sua vestimenta branca e fria me convidam a um momento de reflexão. Momento em que posso respirar lentamente sentindo o ar nutrir cada parte do meu ser.
Meus olhos não se cansam de contemplar este santuário e se enchem de lágrimas.
A paisagem vai me seduzindo a cada novo detalhe que descubro. A neve que ora pode ser dura como um cubo de gelo e ora macia como o algodão. O lago que se esconde ao lado da estrada principal é de um azul turquesa tão intenso, que chega a parecer, num primeiro momento, que foi pintado pela mão de um artista. E entre uma montanha e outra, que ainda não foi recoberta pela neve, as cores variam do marrom ao ocre.
Às vezes tenho a sensação de que tudo não passa de um sonho, mas é real e toma conta de mim... Em outros momentos sinto uma agonia, uma incapacidade de poder abraçar e tocar o que me rodeia como um todo. É como desejar alguém e não poder senti-lo dentro de si. É como se apenas pudesse ter pequenas partes, uma de cada vez: um dedo, um pé, uma boca... mas jamais o todo, pois é muito maior do que eu.
Que sentimento estranho. É algo que ainda sou incapaz de compreender. É fazer as pazes não somente comigo mesma, mas com o mundo...
...que bom poder levantar os braços para o céu, sentir a brisa gelada envolver o meu corpo e chorar... apenas chorar!
Pamela Jaque
Los Andes – Portillo - Chile
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