11 de fevereiro de 2008

BitTorrent na TV

Interessante ess matéria. É a liberdade de podermos assistir o que quisermos, na hora que quisermos!


BitTorrent quer repetir na TV a revolução da internet

Sistema de troca de arquivos é o mais popular da rede mundial

Renato Cruz

Os sistemas de troca de arquivos - que permitem aos internautas baixarem programas, jogos, música e vídeo uns dos outros - geram hoje a maior parte do tráfego da rede mundial. A empresa alemã Ipoque analisou o uso da internet em cinco regiões do mundo e descobriu que as trocas de arquivo vão de 49% do volume de dados no Oriente Médio a 84% no Leste Europeu. Em inglês, os sistemas de troca de arquivos recebem o nome de peer-to-peer, ou P2P.

Com mais de 160 milhões de usuários em todo o mundo, o BitTorrent é hoje a tecnologia de P2P mais popular da internet. E seu criador, o programador americano Bram Cohen, de 33 anos, quer levá-la para além do computador. Na visão dele, o BitTorrent pode se tornar a base de distribuição de vídeo para o aparelho de TV. Haveria troca de vídeos entre telespectadores, e não só internautas.

“Podemos trazer grande valor aos fabricantes de conversores (set-top boxes), oferecendo, ao mesmo tempo, conteúdo para seus usuários e tecnologia de distribuição para seus downloads”, disse Cohen, co-fundador e cientista-chefe da BitTorrent Inc., em entrevista por correio eletrônico. A idéia seria ligar uma conexão de banda larga no equipamento que recebe os canais de televisão, e baixar vídeo diretamente da internet, sem precisar de um computador.

A empresa já tem um programa de roteadores certificados. Os roteadores são os equipamentos que controlam o fluxo de informações na internet. “Estamos trabalhando em acordos para termos mais presença em equipamentos de armazenamento de dados na rede e set-top boxes no futuro”, explicou Cohen.

Surgido em 2001, o BitTorrent revolucionou a troca de arquivos na internet. Sistemas anteriores permitiam que o internauta baixasse um arquivo de uma única fonte por vez, o que muitas vezes dificultava o acesso. Com o BitTorrent, quanto mais popular um arquivo, mais rápido se torna baixá-lo. O internauta recebe trechos do arquivo de várias pessoas ao mesmo tempo, o que garante um desempenho melhor. No lugar de se conectar a servidores, como em outros produtos, o usuário precisa encontrar links dos arquivos, chamados de torrent, na internet. Cohen já definiu o BitTorrent como “uma ferramenta de software de peer-to-peer que se integra harmoniosamente com a web”.

ESTRATÉGIA

O BitTorrent transforma o cinema e a televisão da mesma forma que o Napster (um sistema anterior de P2P) revolucionou o mercado da música. Cohen afirmou que não imaginava esse impacto quando desenvolveu o software. “Quando escrevi o BitTorrent pela primeira vez, quase não havia vídeo transferido pela internet, pela simples razão que, antes do BitTorrent, não era economicamente viável fazê-lo”, explicou o programador. “Criei o BitTorrent como uma ferramenta mais genérica possível, capaz de manipular qualquer tipo de arquivo. Então, ele suporta bem os vídeos.”

O Napster foi um sucesso entre os usuários, mas acabou sofrendo uma avalanche de ações judiciais das gravadoras, por causa da pirataria. O BitTorrent usou uma estratégia diferente: a empresa fechou acordos com grandes empresas de comunicação e entretenimento, como Fox, Paramount, Sega, Warner e MTV. Em seu site só existem links para conteúdos legais, apesar de os internautas também usarem a tecnologia para trocar arquivos piratas.

Segundo Cohen, foi um “desafio” para empresa fechar os acordos com grandes grupos de mídia. “Quando começamos a falar com as empresas de comunicação, muitas pessoas previram que elas iriam nos processar”, disse. “Levou algum tempo para convencê-las de que agíamos com boas intenções.”

Para o criador do BitTorrent, a grade de programação, em que a emissora determina o horário das atrações, tem seus dias contados. “No futuro, o vídeo não será distribuído pelo meio tradicional conhecido como ‘televisão’, que permite assistir somente o que acontece no momento, mas será transferido pela rede”, afirmou Cohen. “As pessoas poderão assistir o que quiserem, desde o começo, a qualquer momento e em qualquer lugar.”

A empresa ainda não possui parcerias com empresas brasileiras, mas tem interesse em formá-las. Ele fez recomendações a grupos de mídia tradicional: “Todos deveriam se preparar para a mudança inevitável da distribuição online. As empresas de cabo deveriam dar ênfase à sua infra-estrutura baseada no protocolo de internet (IP, na sigla em inglês), e as companhias de comunicação deveriam traçar sua estratégia de distribuição em rede.”

Fonte: O Estado de S.Paulo

2 comentários:

  1. Mais uma revolução se aproxima!

    E não adianta lutarem contra. A arte não tem dono, tem autor.

    Eu mesmo coloco meu material aqui para ser copiado a vontade por quem quiser, contanto que não o usem para obter lucro. Só gostaria que citassem a fonte, de resto, façam o que quiserem com meu trabalho!
    PIRATEIEM MEU TRABALHO!!!!

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