Dica cultural imperdível!
File prioriza jogos e cinema em sua 9ª edição em São Paulo
ADRIANA TERRA
Colaboração para o UOL
A nona edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece de 5 a 31 de agosto em São Paulo, privilegia os jogos eletrônicos e o cinema digital, responsável pelo nome desta edição do evento, "File 2008 Milhões de Pixels" -- referência aos 8 milhões de pixels por frame de resolução da tecnologia 4k.Colaboração para o UOL
"Os braços do festival este ano são os games, tanto na área de instalações quanto dentro dos computadores", explica Paula Perissinoto, uma das organizadoras do evento.
Entre o que a organização do evento classifica como "instalações-games", ou as instalações que se assemelham a jogos -- ou de fato são -- destacam-se "Levelhead", do espanhol Julian Oliver, e "Full Body Games", dos norte-americanos Jonah Warren e Steven Sanborn, ambas totalmente dependentes da interatividade do público, como é boa parte do festival.
O primeiro consiste em três cubos plásticos que, ao serem manuseados, funcionam como salas virtuais projetadas em uma tela à frente do espectador. Dentro desses ambientes há um personagem que se movimenta pelas salas, ou pelos cubos, com a meta de encontrar a porta que liga um espaço a outro. "Acho que é mais um game do que arte, meu maior interesse foi relacionar o que você faz com sua mão com o que aparece na tela", explica o espanhol Oliver.
Já "Full Body Games", dos nova-iorquinos Jonah e Steven, é um jogo virtual em que são usados movimentos do corpo para desviar de obstáculos (veja demonstração no vídeo acima), ao estilo de jogos como o da série "Mario Bros".
Entre os games mais usuais, ou os que ficam apenas "dentro dos computadores", há trabalhos premiados pela Abragames, entidade que promove a indústria brasileira no desenvolvimento de jogos eletrônicos.
Natureza robótica
O espaço destinado às instalações do File recebe ainda um "jardim" de plantas que produzem som ao serem tocadas, trabalho dos argentinos Ivan Ivanoff e José Jiménez, que assinam respectivamente como i2off.org e r3nder.net. "Transformamos plantas em robôs", diz Jiménez.Em "Phantasm", do japonês Takahiro Matsuo, uma esfera, ao ser colocada na palma da mão do espectador, provoca a "criação de um mundo de fantasia", como define Matsuo. A magia apontada consiste na iluminação de uma área ao redor do visitante e na aparição de borboletas virtuais, projetadas em uma tela ao som de melodia de piano.
Fora do espaço expositivo, o destaque é a atuação do grupo Graffiti Research Lab, de Nova York. Com uma caneta a laser eles devem marcar prédios pela cidade de São Paulo durante a primeira semana do festival. Na abertura do evento, na noite da última segunda-feira (4), o prédio do Sesi recebia 'tags' - assinaturas em letras cursivas, geralmente de difícil identificação, originárias do grafite -- de alguns artistas do grupo.
Cinema digital
Na área de cinema, o maior destaque do evento é a exibição de 14 projetos feitos com a chamada tecnologia 4k, capaz produzir uma imagem 24 vezes mais definida que a do aparelho de televisão tradicional. "Mostramos experiências feitas com essa nova tecnologia, que tem sido estudada para ser o futuro do cinema hollywoodiano", conta Paula.
O festival abriga ainda uma retrospectiva do artista digital austríaco Zeiko Wiener (1953 - 2006), que em 1999 desenvolveu, ao lado de Ursula Hentschläger, o website www.zeitgenossen.com, uma plataforma independente para arte e pesquisa.
As instalações do File, como "Full Body" e "Phantasm", podem ser visitadas de 5 a 31 de agosto, enquanto demais atrações ocorrem de terça (5) até quinta-feira (8).
Toda a programação tem entrada grátis. Veja mais detalhes no site oficial do evento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário