Como hoje teremos o lançamento do game SURREALIDADE completo para download por aqui, publico uma poesia que está escondida em livros perdidos dentro da aventura. Esta poesia não faz parte direta do game, e sim apenas amplia a imersão do jogador no universo do surrealismo. Ela foi escrita na forma de automatismo psíquico, o que dá um tom mais "inconsciente" e bizarro ao texto.
1.
?????
Surrealidade
AGORA!
A Verdade vai
AGONIZAR!
SÁBIAS
LÁBIAS
descubra...
2.
?????
aApenas 1 cCadáver (ou 2)
.
LOBOTOMIZADO
Procura a cura
No LOBO
LÓBULO decaDENTE
DENTRE dores
Fibra de sangue
Pariu um candelabro
Palpável e saboroso
Quisera ele abrir
a Quimera de louça
.
Simpático cascalho
Escorre no breu
Sombrinha furada
Caduca ao leo
Sobrando cascata
Bruma de céu
Sorrindo amarelo
Aparece navio
Quiropata ingênuo
Cutuca a ferida
Lambendo o castelo
Tronco perdido
falido de SI!
.
Abre e come
Corcunda distraído
Observa a montanha
Cair em gemido
Sorri enquanto abre
a garganta para cantar
Bebe o leite dos amantes
sorve a vida pelas mãos
.
BEBE
.
o suco
.
do cadáver!
.
E VIVE!
...
3.
Cobrindo de Cimento
Escremento escreveu a verdade
Encima da copa daquele baralho
sabugo ensaboado
cocerto de pelos de cachorro vira-latas
Espuma e corrige a tangência
Torradeira quebrada
Esbugalha o alho
Semente brotou.
Cordeiro
Sombra do paraíso
.
Pele manchada de lilás
Cadeira sem pernas
Amputação genérica
Sôfrega emoção
Quem sabe a saudade
sobrevoou a cidade
Santos de madeira e papel
Continua a marchar na lama
Bucho quente e fétido
subindo a ledeira
caiu e se esparramou pelo chão
Boneca de couro
.
Cabeça de palha
Ombro deslocou sem falha
caramelos e chocolates
Brincando no campo de morte
Súbida derrocada
Redenção da palmada
precisosa bulimia
sinos poluem o ar
Válvula de escarro
pobre Salvador
.
Esperança morreu
agonizando na bandeira da Sé
Hipnose específica desta corda linear
Especial recado
Pessoal e intransferível
Barro no joelho
nave e novidade
nú no mato de flores
aborrecido pela brincadeira banal
parado na parede
pula pelo galho
pode ficar fácil entender
sobre quem sabe ler
.
Bicos choram na madrugada
cachaça é tônica
Nada é parecido com o que tinha agora
Sabatinado pela dor
ficou esperando a flor
sábado e domingo
sobre a gracha úmida
espeatifada na pista
gravação de tesouro
reluzente martelo de prata
Humor deslocado
saiu pelo carvalho
prego bateu na porta
acende a batata
fogo é violência
dor, sentido e dormência
gruta cheia de sentido
grava foco do gemido
Espaço de graça
pulava e chamava
.
Hoje espera a beldade
cobrir de pus a pelúcia e gravar em ouro a verruga
Vilipendia o exame da morte e publica a sina de alto som
Cabeça pálida e rosa escorrega pela jamanta gratinada
começa a parar de fala e aceita a bola como receita de bolo
Tudo esta azul e redondo como uma uva caindo da árvore
Como uma solda abrindo caminho pela melancia estremecida e batizada de filha
tudo ficou a espera de um ovo quebrado chocando a deliciosa manteiga da geladeira espalhada no
chão,
.
Subindo na cama e pulando de botina prateada
reluzia o prato de salada
Tomate amarelo cortado em fatia de 2 segundos
A graça esta na praça de alimentação
O sanduba caiu e pisaram na sua candidatura
Porra por cada casto canto
Aguarda a nova vitória pela bola
abre a esfera e comprime o umbigo
tráz consigo a flauta do artista
segue a pista pela pluma de ganso
e escorre pela pátria elegante
COR
VERMELHA!
04/10/2002
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