3 de março de 2008

Poesia - CORDEIRO DE DEUS - Dimitri Kozma

2003

Cordeiro de deus
que é servido na mesa do jantar
Alimente a pança de nós

Degolado pela fé
cego pelo ódio e dor
Carrega na boca uma vermelha maçã

Cordeiro de deus
tem um ótimo sabor
de mofo e bolor

Sua pele é esverdeada
e seu gosto almíscarado
pobre máscara que caiu

Espumava a boca
Trazendo pequenas flores
para seu velório

A cabeça dividida ao meio
pobre cordeiro
jazia ali depois do recreio

Ao fundo podiam ouvir
um choro doce e melancólico
do tempo em que deus ainda existia
e levava para a festa seu dócil cordeiro

Decepção para o pequeno animal vivente
foi a morte de seu dono
que evaporou como água fervente

Acordou um dia e ele não estava mais lá
no seu lugar apenas um enorme vazio

Apenas desapareceu

Agora só restava ao pobre carneiro
ainda novo e tenro
alimentar aos pobres vermes

Cordeiro de deus
que é servido na mesa do jantar
Alimente a pança de nós

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