A porta se abre e entra um homem alto, com aproximadamente trinta anos, aparência transtornada, olhar esbugalhado, esbraveja:
- Assim não dá, Marta, não dá!
Uma pequena moça, parecia ser frágil e delicada, pareceu se espantar:
- O que foi, querido?
- Marta, não falei que não queria que deixasse a porta aberta! Olha só! Você esqueceu a porta aberta!
- Olavo... Desculpe, eu esqueci, estava fazendo o almoço e esqueci... – Tenta se justificar.
Olavo grita, cada vez mais irritado:
- Você não aprende mesmo, né? Sua burra! Você é idiota!
Quase que se ajoelhando para implorar perdão, ela balbucia:
- Desculpe, querido, por favor, desculpe!
- Como é que eu posso namorar com você? Me diz como? Quantos anos estamos juntos, heim? Uns quatro, né? Quatro anos agüentando esse inferno! Você é uma idiota, uma imbecil!
- Eu errei, Olavo, mas nunca mais, juro...
- Você sempre faz isso, sua vaca! Sempre!
As lágrimas começam a brotar do rosto de Marta, lágrimas de desespero. Lágrimas de uma angústia infindável que a persegue ao longo desses quatro anos em que conhece Olavo, um homem rude, repleto de sentimentos neurastênicos.
Marta tenta enxugar as lágrimas, que rolam pela sua face alva, seu nariz fica um pouco vermelho, com uma leve coriza, olha fixamente para o chão, enquanto Olavo começa a se agitar, sem dizer muita coisa, apenas começa a ficar irrequieto, apenas a olhando, parecia que seu choro o comovia, o fazia admirá-la, se sentia como um homem poderoso, e sentia a fragilidade daquela pequena mulher, os longos cabelos negros escorriam pelo rosto, alvoroçados pelo desespero, Olavo emudeceu, permaneceu inerte, apenas olhando-a, quando viu que o chora estava começando a cessar, ele gritou:
- É isso mesmo, vagabunda! Você não serve prá nada, tá ouvindo? Prá nada! Eu vou largar você qualquer dia desses, não tô agüentando mais! Não consigo agüentar tanta imbecilidade!
Novamente ela se desfaz em lágrimas, dessa vez um choro profundo e grave, Olavo começa a agitar as mãos, parece meio irrequieto com aquela situação, parece que ele está sentindo um prazer descomunal com aquilo, parece que quanto mais as lágrimas brotam do rosto de Marta, Olavo sente-se mais excitado, tem vontade de gritar de euforia, disfarça um meio sorriso, enquanto observa a jovem moça se esvaindo em desespero.
Seu corpo parecia tomado de um frisson incomensurável, parecia que ele nunca havia sentido tanto prazer como naquele momento, e continuava a gritar como um louco:
- Eu vou te largar mesmo! Vou procurar outra! Você não presta, é uma idiota, merecia a morte, tá ouvindo? A morte! Não vale a comida que come!
Marta, que era apaixonada por Olavo, agüentava isso sem sequer contestar, era submissa, tivera uma educação rígida de seus pais, aprendera que era o homem que mandava na mulher. E a quatro anos vem suportando essa situação absurda.
Quatro anos não é verdade, tudo começou à uns três anos, quando Olavo brigou com ela por causa de uma saia curta que estava usando, ela começou a chorar desvairadamente e Olavo começou a provocar seu choro desde então. Raros são os dias em que ele não a faz chorar, muitas vezes pelos motivos mais esdrúxulos possíveis. Certa vez, a briga começou porque Marta não havia falado bom dia para ele, outra vez, porque ela não colocou sal na comida e por aí vai. Sempre pelos motivos mais inusitados, Olavo sempre consegue achar uma forma de fazê-la chorar.
Naquele momento, Olavo a olhava soluçando, e sentia uma forte atração, sentia que não podia mais agüentar, e a tomava entre os braços e a possuía, violentamente, cada estocada, podia-se ver o desespero de Marta, a dor, as lágrimas rolavam abundantemente, ali, no chão da sala mesmo, Olavo quase que a violentava, a dor era o meio, mas o fim, na verdade, eram as lágrimas.
Depois do violento ato, Olavo virava-se e pedia perdão:
- Marta... desculpa, eu... Estava nervoso... Desculpa, não queria dizer aquilo tudo...
Ela olhava, com os olhos ainda marejados, e apenas vociferava:
- Desculpo...
Olavo colocava a roupa e ia tomar banho, Marta permanecia ali, parada, absorta entre seus pensamentos, não sabia como dar um fim a aquilo, guardava para si a angústia e a dor. Apenas agüentava sem contestar.
¤
Depois do banho, Olavo voltava, estava doce, quase que angelical, deu um beijo em Marta e voltou ao trabalho, era hora do almoço, quase todo dia, na hora do almoço, ele ia até a casa e arranjava uma discussão, era sempre assim, infinitamente, sempre a mesma rotina, Marta estava quase que se acostumando com isso, quase não sentia mais a dor em seu corpo, que já estava amortecido por tanta violência, mas a dor na alma era incontestável. Olavo nunca chegou a bater em Marta, apenas a agredia com palavras, e depois o sexo violento em que era submetida. Apenas agressões psicológicas.
¤
(... continua - não percam o final da história!)
- Assim não dá, Marta, não dá!
Uma pequena moça, parecia ser frágil e delicada, pareceu se espantar:
- O que foi, querido?
- Marta, não falei que não queria que deixasse a porta aberta! Olha só! Você esqueceu a porta aberta!
- Olavo... Desculpe, eu esqueci, estava fazendo o almoço e esqueci... – Tenta se justificar.
Olavo grita, cada vez mais irritado:
- Você não aprende mesmo, né? Sua burra! Você é idiota!
Quase que se ajoelhando para implorar perdão, ela balbucia:
- Desculpe, querido, por favor, desculpe!
- Como é que eu posso namorar com você? Me diz como? Quantos anos estamos juntos, heim? Uns quatro, né? Quatro anos agüentando esse inferno! Você é uma idiota, uma imbecil!
- Eu errei, Olavo, mas nunca mais, juro...
- Você sempre faz isso, sua vaca! Sempre!
As lágrimas começam a brotar do rosto de Marta, lágrimas de desespero. Lágrimas de uma angústia infindável que a persegue ao longo desses quatro anos em que conhece Olavo, um homem rude, repleto de sentimentos neurastênicos.
Marta tenta enxugar as lágrimas, que rolam pela sua face alva, seu nariz fica um pouco vermelho, com uma leve coriza, olha fixamente para o chão, enquanto Olavo começa a se agitar, sem dizer muita coisa, apenas começa a ficar irrequieto, apenas a olhando, parecia que seu choro o comovia, o fazia admirá-la, se sentia como um homem poderoso, e sentia a fragilidade daquela pequena mulher, os longos cabelos negros escorriam pelo rosto, alvoroçados pelo desespero, Olavo emudeceu, permaneceu inerte, apenas olhando-a, quando viu que o chora estava começando a cessar, ele gritou:
- É isso mesmo, vagabunda! Você não serve prá nada, tá ouvindo? Prá nada! Eu vou largar você qualquer dia desses, não tô agüentando mais! Não consigo agüentar tanta imbecilidade!
Novamente ela se desfaz em lágrimas, dessa vez um choro profundo e grave, Olavo começa a agitar as mãos, parece meio irrequieto com aquela situação, parece que ele está sentindo um prazer descomunal com aquilo, parece que quanto mais as lágrimas brotam do rosto de Marta, Olavo sente-se mais excitado, tem vontade de gritar de euforia, disfarça um meio sorriso, enquanto observa a jovem moça se esvaindo em desespero.
Seu corpo parecia tomado de um frisson incomensurável, parecia que ele nunca havia sentido tanto prazer como naquele momento, e continuava a gritar como um louco:
- Eu vou te largar mesmo! Vou procurar outra! Você não presta, é uma idiota, merecia a morte, tá ouvindo? A morte! Não vale a comida que come!
Marta, que era apaixonada por Olavo, agüentava isso sem sequer contestar, era submissa, tivera uma educação rígida de seus pais, aprendera que era o homem que mandava na mulher. E a quatro anos vem suportando essa situação absurda.
Quatro anos não é verdade, tudo começou à uns três anos, quando Olavo brigou com ela por causa de uma saia curta que estava usando, ela começou a chorar desvairadamente e Olavo começou a provocar seu choro desde então. Raros são os dias em que ele não a faz chorar, muitas vezes pelos motivos mais esdrúxulos possíveis. Certa vez, a briga começou porque Marta não havia falado bom dia para ele, outra vez, porque ela não colocou sal na comida e por aí vai. Sempre pelos motivos mais inusitados, Olavo sempre consegue achar uma forma de fazê-la chorar.
Naquele momento, Olavo a olhava soluçando, e sentia uma forte atração, sentia que não podia mais agüentar, e a tomava entre os braços e a possuía, violentamente, cada estocada, podia-se ver o desespero de Marta, a dor, as lágrimas rolavam abundantemente, ali, no chão da sala mesmo, Olavo quase que a violentava, a dor era o meio, mas o fim, na verdade, eram as lágrimas.
Depois do violento ato, Olavo virava-se e pedia perdão:
- Marta... desculpa, eu... Estava nervoso... Desculpa, não queria dizer aquilo tudo...
Ela olhava, com os olhos ainda marejados, e apenas vociferava:
- Desculpo...
Olavo colocava a roupa e ia tomar banho, Marta permanecia ali, parada, absorta entre seus pensamentos, não sabia como dar um fim a aquilo, guardava para si a angústia e a dor. Apenas agüentava sem contestar.
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Depois do banho, Olavo voltava, estava doce, quase que angelical, deu um beijo em Marta e voltou ao trabalho, era hora do almoço, quase todo dia, na hora do almoço, ele ia até a casa e arranjava uma discussão, era sempre assim, infinitamente, sempre a mesma rotina, Marta estava quase que se acostumando com isso, quase não sentia mais a dor em seu corpo, que já estava amortecido por tanta violência, mas a dor na alma era incontestável. Olavo nunca chegou a bater em Marta, apenas a agredia com palavras, e depois o sexo violento em que era submetida. Apenas agressões psicológicas.
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(... continua - não percam o final da história!)
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