O último caso da Dra Eliana Aparecida - Texto de Valentina Let's Go

Meu nome é S., e venho a vocês contar a minha história:

Comecei a trabalhar com uma grade advogada, em um escritório muito sofisticado, localizado na região central de São Paulo.
Ganhava mal, mas precisava do emprego para ajudar nas despesas de casa.
Meu pai é bombeiro aposentado e minha mãe costura para fora. Tenho um irmão, mais novo, que trabalha como office boy em um grande banco.

Nesse escritório, onde trabalhei durante 3 anos, sofri todo o tipo de humilhação por parte da Dra Eliana (que, aliás, fazia questão de ser tratada dessa forma).
Em uma ocasião, eu precisava imprimir uma série de etiquetas, para envio de material aos clientes. Nesse dia, perdi horas digitando todos os nomes e, quando chegou a hora de enviar pelo correio, a "Doutora Diaba" veio lá de longe, gritando "porquê as etiquetas haviam sido impressas daquele jeito"
Eu não sabia o que responder, nem o que tinha feito de errado. E depois de muita discussão, entendi que ela queria as etiquetas impressas em vermelho.
Custava explicar?

Outra humilhação que era imposta aos funcionários era o fato de nao poder usar a cafeteira dela, e nem o café ela providenciava: nós fazíamos uma vaquinha entre os funcionários e comprávamos nosso café, que era coado em uma cafeteira velha.

Um dia, depois de mais uma sessão de humilhações, apareceu por lá um homem muito sinistro. Alto, moreno, fisionomia séria, usando um costume preto e com uma valise na mão. Perguntou pela doutora. Eu avisei-a sobre o homem. Ela pediu um momento. Ele sentou e acendeu um charuto.

Ela apareceu, cumprimentou o homem efusivamente, levou-o até sua sala.

Meia hora depois, ouvi um estrondo e corri até a sala da doutora: alguma coisa havia explodido ali e e os dois não estavam mais lá!
Olhando em volta, encontrei a valise aberta, papéis espalhados. E lendo, entendi tudo: o grande processo de sua vida havia sido ganho pelo demônio, e o preço era a vida da doutora.

A ganância venceu o bom senso.